A Robtec, empresa brasileira adquirida pela americana 3D Systems, idealizou o projeto como prova conceitual do que impressoras 3D atuais já são capazes de executar. Para fazer o corpo e o braço foi usada uma máquina SLS, que cria um material flexível e resistente o suficiente para ser moldado e então receber os acessórios metálicos da guitarra – ponte, captadores, tarraxas, trastes e cordas foram tiradas de um modelo da Les Paul.
“Já dá para sentir que é uma guitarra de verdade. É o primeiro protótipo, mas ela funciona e se parece muito com um modelo tradicional”, disse Paulo Chiara, luthier responsável pela montagem do produto e pela demonstração ao vivo tocando um solo da banda System of a Down. A assinatura do design é da Questto Nó, empresa que fez pesquisas com músicos para encontrar o formato ideal para o instrumento.
Profissionais nos EUA já haviam criado uma guitarra utilizando impressão 3D, mas não haviam conseguido construir um braço suficientemente resistente para substituir a madeira. Portanto, o instrumento brasileiro é o primeiro do gênero a ter corpo e braço totalmente personalizados e impressos em três dimensões.
O projeto ainda não está finalizado, mas a ideia é que, em algum momento no futuro, ele seja disponibilizado para download – possivelmente pago – para que entusiastas personalizem com pinturas e encomendem a fabricação para empresas como a Robtec. Também ainda não há definição de preço, mas matéria-prima, metais, cordas e mão-de-obra partem de cerca de R$ 1 mil, podendo ser maior dependendo do tipo e qualidade das peças a serem adquiridas.
Diminuição de preços e nova Cube
O mercado de impressão 3D doméstica vem crescendo muito no Brasil, o que leva a uma redução de preços de modelos como a Cube, disponível por cerca de R$ 5 mil. Porém, durante a feira, a Robtec prometeu, já para o final do ano, uma nova versão melhor e mais barata, na casa dos R$ 4,3 mil.
“Não aconteceu nos últimos 18 anos no mundo da impressão 3D o que vem acontecendo nos últimos dois anos. A cada ano há uma redução de 15% a 20%, então eu não tenho dúvida que dentro de alguns anos vamos ter uma impressora abaixo de R$ 1 mil”, revelou Luiz Fernando Dampieri, diretor geral da Robtec.
Para o executivo, a impressão 3D está dando neste momento um grande salto de qualidade. Enquanto em 2014 elas são mais usadas para que profissionais e empresas façam prototipagem, nos próximos anos, ela será responsável pela fabricação de produtos finais, como peças para a indústria de automóveis.
“Isso muda toda a lógica de estoques e inovação. Hoje, é muito caro inovar, mas, com a impressão 3D, mudanças de design poderão ser feitas a todo momento para melhorar os produtos”, diz Dampieri.
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