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Brasil não tem preferência por países, diz Lula em inauguração de fábrica da chinesa BYD

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, aproveitou a inauguração de uma fábrica da gigante automobilística chinesa BYD para disparar recados aos Estados Unidos. Em discurso, o presidente afirmou que o Brasil “não tem preferência por países” e voltou a dizer que os argumentos da Casa Branca para impor a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros não eram verdadeiros.

“Nós não temos preferência por países. O que nós queremos é estabelecer uma relação civilizada com o mundo. É por isso que nós defendemos o multilateralismo e não concordamos quando os Estados Unidos tomaram a decisão de taxar os produtos brasileiros com base em coisas que não eram verdadeiras”, declarou ele.

Lula voltou a falar sobre a conversa telefônica que teve com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na segunda-feira, 6. Ele disse acreditar que o “problema” com o governo norte-americano será resolvido e que o Brasil não quer ter uma relação negativa com nenhum país.

“Eu tive uma conversa com o presidente Trump na segunda-feira, meia hora por telefone, e eu acho que o nosso problema com os Estados Unidos será resolvido. A gente quer estar bem com a China, com os Estados Unidos, Argentina, Uruguai e Bolívia. Nós não queremos estar mal com nenhum país”, disse o presidente.

Lula também distribuiu afagos ao primeiro-ministro chinês, Xi Jinping, a quem chamou de amigo. O petista afirmou que a China e o Brasil são dois países de destaque do Sul Global e que não aceitam que outras nações “metam o dedo”.

“Eu me considero amigo do Xi Jinping, e tenho certeza que ele se considera amigo do Brasil porque nós nos tratamos como dois países importantes no Sul Global e não aceitamos que ninguém meta o dedo no nosso nariz. Nós queremos ser respeitados e tratados com muita decência”, afirmou o presidente.

Lula participou nesta quinta-feira da inauguração de um complexo da montadora de carros elétricos chinesa BYD, em Camaçari (BA).

Segundo a Secretaria de Comunicação Social (Secom), o empreendimento custou R$ 5,5 bilhões e possui o potencial de gerar 20 mil empregos, entre diretos e indiretos.

Transição energética

Em discurso na fábrica que a BYD está inaugurando, o fundador e CEO da montadora chinesa, Wang Chuanfu, disse que o “futuro é elétrico”. Sua fala ocorre em meio a investimentos de outras empresas do setor no Brasil em motores convencionais flex, movidos a gasolina ou etanol.

“O futuro é elétrico; o futuro pertence a todos nós”, exclamou Chuanfu, que vê o Brasil em posição privilegiada para liderar a “transformação verde”.

Segundo o empresário, o País tem energia limpa abundante e consumidores dispostos a abraçar novas tecnologias.

“Acreditamos que vamos ajudar o Brasil a acelerar a transição energética”, acrescentou Chuanfu.

Em Camaçari, a BYD monta carros elétricos e híbridos, que combinam um motor convencional a combustão interna, que roda tanto com gasolina quanto com etanol, com um propulsor elétrico.

O CEO da BYD informou que 30 carros híbridos flex, que chamou de solução brasileira de mobilidade verde, serão fornecidos no mês que vem para a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a COP30. Após o evento, os carros serão doados a escolas públicas.

O empresário destacou ainda que a BYD, já com 170 mil proprietários de seus carros no Brasil, lidera há dois anos o mercado de automóveis elétricos no País.

Estadão Conteudo

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