Mundo Tecnológico

Brasil já perdeu US$ 3,3 milhões com ciberataques em 2015

Se a internet já era um campo vasto para ataques de cibercriminosos quando tínhamos apenas computadores de mesa e notebooks, esse espectro cresceu com os smartphones e tablets. Agora com o vindouro crescimento da chamada "internet das coisas" -roupas, móveis e outros objetos do cotidiano ligados em rede- as chances de invasões serão ainda maiores e preocupantes.

Atualmente, as empresas continuam sendo o principal alvo. Segundo relatório do Instituto Ponemon para a HP, em 2015 ocorreram mais de 1.900 ataques a 252 empresas de sete países: EUA, Reino Unido, Alemanha, Austrália, Japão, Rússia e Brasil. Isso levou a uma perda média anual de US$ 7,7 milhões. Só no Brasil, as perdas foram de US$ 3,3 milhões, deixando-o em quinto lugar dentre as sete nações pesquisadas. Os EUA foram os mais afetados, com prejuízo de US$ 15,42 milhões.

Internet das coisas

Mudar o comportamento dos usuários comuns para a casa toda conectada também é uma nova preocupação. "Muitos dos objetos da Internet das Coisas deverão ser interligados pelo roteador. Mas se os usuários já mudam suas senhas de e-mail ou do computador, geralmente mantêm nos roteadores a senha da fábrica. Neste caso, o invasor tem todo o tempo que precisa para armar uma invasão em vários pontos da rede", exemplica Pablo Ramos, chefe de pesquisas da empresa de segurança digital ESET, na América Latina. 

"Drones hoje podem ser comprados em lojas de brinquedos. Câmeras ligadas no wi-fi, como as que filmam bebês no berço, costumam apresentar brechas para ataques do tipo. Essa realidade não está tão longe assim", diz Camillo di Jorge, presidente da ESET no Brasil.

Há chances dos crackers em um futuro próximo roubarem senhas da conta do Google do usuário pela geladeira, controlar remotamente uma arma de fogo carregada ou derrubar drones de propósito para criar pânico e ferir pessoas. Isso sem falar nas consequências econômicas. "A Jeep precisou fazer um grande recall e perdeu milhões de dólares após a descoberta da falha no sistema de multimídia de um carro deles, com brecha para hackers controlarem o veículo", complementa Ramos.

Enquanto a internet das coisas ainda está no começo, o presente momento já tem espaço para ampliar a sensação de insegurança digital, como a consolidação do smartphone – já são quase oito celulares do tipo para cada pessoa no mundo– e formas mais sofisticadas de ataques, como os ramsonwares (sequestros de dados e arquivos em troca de dinheiro), aplicativos que expõem vulnerabilidades do telefone e ataques dirigidos, como os sofridos pela Sony e o site de encontros conjugais Ashley Madison.

"Um smartphone é hoje uma porta a outros sistemas e contas. Agora com novas técnicas de controle, como apps maliciosos, precisamos entender a cadeia de invasões e mostrar também como aparecem mais ameaças em um sistema que outro", declara Ramos, usando o Android como principal exemplo por corresponder a 82% dos ataques a celulares, enquanto o iOS sofreu 15% das invasões. "Por isso uma das tendências é haver uma maior preocupação dos usuários por suas informações e saber quem as acessa".
 

Fonte: UOL

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Mundo Tecnológico

Empresa de Eike vai levar a Campus Party para o Rio

"Já temos apoio das três esferas governamentais [prefeitura, governo do Estado e governo federal] e, em março, faremos a primeira
Mundo Tecnológico

Google é acusado de exibir publicidade racista

Segundo ela, ao pesquisar por nomes de origem africana, como 'Kareem' e 'Keisha', é comum começar a ver anúncios direcionados