Cidades

Brasil ganha mais moderno laboratório de pesquisa em gemologia da América do Sul

 
“A nossa competência aqui é mais voltada para a parte de identificação e caracterização de pedras preciosas, mas também metais preciosos”, explicou o pesquisador. O Lapege está equipado para comprovar se uma pedra tem, de fato, origem natural ou se é uma imitação sintética, como muitas que são encontradas no mercado. “Isso parece ser muito fácil, mas nem sempre é”.
 
Segundo Schnellrath, existem no Brasil muitos laboratórios menores que fazem a identificação básica, com equipamentos de baixo custo, alguns subordinados ao Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM). Segundo explicou, o Cetem obteve financiamento para a compra de  equipamentos analíticos de ponta, inclusive espectrofotômetros, aparelhos que medem e comparam a quantidade de luz absorvida por determinada solução.
 
“Com esses espectrofotômetros, nós hoje estamos habilitados a ir um pouco além do que aqueles laboratórios básicos podem ir”, explicou. Deu como exemplo um diamante colorido que vale, em alguns casos, mais de US$ 1 milhão o quilate, que é um quinto do grama. Explicou, porém, que é possível criar essa cor de forma artificial nos diamantes. “Você induz essa cor”. Por isso,  é complicado detectar a autenticidade do material usando ferramentas rudimentares. “Daí, o Cetem ter investido nas técnicas mais avançadas, para poder resolver problemas que  até hoje não tinham solução”.
 
Até agora, os interessados em comprovar a autenticidade de uma pedra tinham que enviar o material para os Estados Unidos e aguardavam meses por uma certificação. “Hoje, nós passamos a ter um laboratório no país capaz de dar essas respostas em menor tempo e sem ter que enviar para tão longe”.
 
A meta é estabelecer um acordo de parceria com o IBGM, que representa o setor no país e nos eventos internacionais, pelo qual o Cetem deixaria de emitir laudos, hoje no volume de 100 por ano,  passando essa atribuição aos laboratórios de menor porte. Isso é importante, salientou Schnellrath, porque a compra de uma joia depende da confiança do consumidor de estar comprando a coisa certa. “É importante ter laboratórios capacitados para poder o consumo interno também acontecer”. A certificação facilita também as transações, reforçou.
 
De acordo com dados do IBGM, o  setor brasileiro de gemas e joias gera 350 mil empregos diretos e registrou, em 2012, faturamento de R$ 7,5 bilhões. Cerca de 96% da cadeia produtiva é formada de micro e pequenas empresas. O Brasil é um tradicional fornecedor de pedras preciosas. “Foi o maior produtor mundial de diamantes, durante 150 anos, desde o início da época colonial até 1866, quando foram descobertos diamantes na África do Sul”, ressaltou o coordenador do Lapege.
 
Agência Brasil 

Redação

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