O acordo envolve também o desenvolvimento conjunto de novos produtos de defesa e transferência de tecnologia para a participação de empresas estratégicas brasileiras nos processos de produção e sustentabilidade logística integrada.
De acordo com o chefe do Estado-maior Conjunto das Forças Armadas, General José Carlos De Nardi, os termos do acordo ainda estão sendo desenhados, o que impede uma estimativa do montante envolvido na negociação.
"O governo russo fez uma estimativa de € 800 milhões. Mas eu acredito que o valor será bem menor, porque tudo dependerá das condições que ainda vão ser estabelecidas", disse o general.
Ainda será definida, por exemplo, qual será a participação de empresas brasileiras na produção do sistema. "A Embraer certamente vai entrar na parceria. Boa parte do que será produzido será feito aqui mesmo", frisou.
De Nardi calcula que em dois anos o primeiro sistema será entregue ao país. Só para a elaboração do contrato serão necessários entre três e quatro meses e, para a fabricação, mais um ano e meio.
Conforme antecipou o Brasil Econômico, em matéria publicada no dia 24 de outubro do ano passado, a compra do armamento foi moeda de troca oferecida pela Rússia para reabrir o mercado de carne suína para o Brasil.
Na próxima semana o governo russo enviará técnicos aos estados do Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná para avaliarem as restrições fitossanitárias que impedem frigoríficos brasileiros de exportar, embora o desembargo tenha sido anunciado em novembro.
O vice-presidente Michel Temer, que coordenou pelo lado brasileiro a 4ª Comissão Brasileiro-Russa de Alto Nível, qualificou como "extremamente favoráveis" as negociações entre o ministro da Agricultura do Brasil, Mendes Ribeiro, e autoridades russas ao longo dos dois últimos dias.
Além do tema da carne, os dois países assinaram acordo que definem os critérios fitossanitários para a liberação da venda do trigo russo para o Brasil. O acordo prevê a criação, pelo governo russo, de um certificado que ateste o cumprimento dos critérios fitossanitários.
Temer disse que a importação do trigo russo garante o abastecimento no caso de quebra de safra no Brasil.
Esportes
As autoridades também fecharam negociações em outras áreas. No esporte, Brasil e Rússia fecharam um plano de ação para cooperação na organização da Copa de 2014 e da Olimpíada e é dos jogos paraolímpicos de 2016.
A Rússia também entrou no programa Ciência sem Fronteiras, que leva universitários brasileiros para escolas de outros países. Os negociadores também decidiram que vão compartilhar informações sobre políticas públicas para o desenvolvimento de pequenas e médias empresas e para garantir que esses negócios tenham acesso a estudos e pesquisas de aperfeiçoamento.
FONTE: PrimeiraHora | BRASIL ECONÔMICO