A secretária de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda e coordenadora da trilha financeira da presidência brasileira nos Brics, Tatiana Rosito, disse nesta segunda-feira, 24, que a gestão brasileira não vai buscar ampliar os compromissos dos 11 países-membros com financiamento climático, mas sim criar consensos para uma atuação conjunta extra bloco que garantam US$ 1,3 trilhão de financiamento público e privado nessa frente.
“Não estamos discutindo ampliar NDCs (contribuições nacionalmente determinadas), nem discutindo contribuições voluntárias. O que está em discussão (nos Brics) é construir convergências sobre a mobilização de recursos públicos e privados para chegar a US$ 1,3 trilhão externo, recursos preponderantemente de países desenvolvidos, públicos ou concessionais”, disse Rosito.
O financiamento climático aparece como um dos seis objetivos da trilha de finanças da gestão brasileira do grupo e inaugura discussão pouco usual dentro do bloco. “Estamos buscando uma agenda mais ousada, até por estarmos na presidência do Brics e da COP 30”, disse.
Segundo Rosito, já há posicionamentos convergentes dentro do bloco nesta seara, mas a ampliação disso será importante para negociações que devem acontecer dentro da COP 30, que acontece em outubro, em Belém.
Ela destacou a discussão sobre a origem e os recursos e apoio financeiro a projetos de infraestruturas resilientes às mudanças climáticas, que aparece de forma mais destacada no quarto objetivo da trilha, de “avançar no diálogo intra-Brics e na cooperação em PPPs, tributação e alfândega”.