Circuito Cinema

“Branco Sai. Preto Fica” vence o 47º Festival de Brasília

O filme "Branco Sai. Preto Fica", de Adirley Queirós, levou o prêmio de melhor filme e R$ 250 mil do Festival de Brasília 2014. A partir de uma ação violenta da polícia em 1986, o filme discute racismo e o isolamento da periferia de Brasília.

Assim que o prêmio máximo foi anunciado, foi informado que os diretores de todos os longas dividiriam o prêmio de R$ 250 mil em seis partes iguais. Argumentaram que há uma disparidade nos prêmios e isso incentiva uma competitividade entre as produções.

O melhor curta-metragem foi para"Sem Coração", de Nara Normande e Tião, que conta a história de uma menina que transava com os meninos de sua turma para ser aceita.

Com seis longas e 12 curtas na competição, o Festival de Brasília contou com dois filmes clássicos do cinema brasileiro na abertura e no fechamento: "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964), de Glauber Rocha, e "Cabra Marcado para Morrer" (1984), de Eduardo Coutinho. O Festival ainda exibiu um curta inédito de Coutinho, cineasta morto em fevereiro deste ano.

No ano em que aboliu a separação entre documentário e ficção nas mostras competitivas, o Festival de Brasília trouxe justamente obras que misturavam os dois gêneros.

Em "Ela Volta na Quinta", o diretor André Novais Oliveira usou seus pais Maria José e Norberto, e seu irmão, Renato, para contar a história de um casal em crise. Toda os familiares emprestam seus nomes aos personagens, e o cenário é a casa da família.

"Ventos de Agosto", de Gabriel Mascaro, usa uma lógica parecida. O diretor escalou moradores de uma vila de pescadores para criar uma fábula sobre a relação com a vida e a morte. Já Brasil S/A, de Marcelo Pedroso, conta a história de um cortador de cana com um homem que já cortou cana na vida real.

Crescimento de público

O Festival de Brasília aumentou o incentivo à participação do público em sua 47ª edição. Além do tradicional Cine Brasília, as cidades de Sobradinho, Gama, Ceilândia e Taguatinga também receberam a mostra competitiva. Apesar de as cidades-satélites já terem sido incluídas em anos anteriores, as escolas públicas dessas regiões foram mais atuantes.

Espectadores e estudantes das quatro cidades, e também de Planaltina, foram incentivados a participar de debates com as equipes dos filmes, levadas aos campi da Universidade de Brasília, IESB e da Universidade Católica. O público que compareceu às sessões foi estimulado a votar nos filmes e assim se integrar ao Júri Popular.

Segundo o secretário-adjunto de Cultura do DF, Miguel Ribeiro, a iniciativa resultou em um aumento do público geral do festival, que passou de cerca de 20 mil em 2013, para 36 mil este ano. "A mudança foi fundamental porque a população também se apropriou do festival. O alcance que as obras tiveram também foi muito maior", disse Ribeiro.

UOL

Redação

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