As tarifas dos Estados Unidos sobre o aço e o alumínio “não ficarão sem resposta”, prometeu ontem a presidente da Comissão Europeia (braço executivo da União Europeia), Ursula von der Leyen, acrescentando que elas vão desencadear contramedidas “firmes e proporcionais” do bloco de 27 nações.
“A UE agirá para salvaguardar seus interesses econômicos”, disse Ursula, em reação à imposição de tarifas adicionais pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Tarifas são impostos, ruins para as empresas, piores para os consumidores”, disse ela. “Tarifas injustificadas sobre a UE não ficarão sem resposta, elas desencadearão contramedidas firmes e proporcionais.”
Na Alemanha, a maior economia da UE, o chanceler Olaf Scholz disse ao Parlamento local que, “se os EUA não nos deixarem outra escolha, então a União Europeia reagirá unida”, acrescentando que, “no fim das contas, as guerras comerciais sempre custam prosperidade a ambos os lados”.
Assim como Trump impôs tarifas semelhantes durante sua primeira passagem pela Casa Branca, as contramedidas da UE poderiam facilmente se equiparar àquelas que foram usadas para retaliar os EUA à época. Bernd Lange, presidente da comissão de comércio do Parlamento Europeu, afirmou que as medidas anteriores foram apenas suspensas e poderiam ser facilmente reativadas legalmente.
“Quando ele (Trump) começar novamente, nós, é claro, restabeleceremos imediatamente nossas contramedidas”, disse Lange. “Motocicletas, jeans, manteiga de amendoim, bourbon, uísque e toda uma gama de produtos que, é claro, também afetam os exportadores americanos” entrariam na mira, acrescentou.
As empresas siderúrgicas do bloco estão se preparando para perdas. “Isso piorará ainda mais a situação da indústria siderúrgica europeia, exacerbando um ambiente de mercado já terrível”, disse Henrik Adam, presidente da associação siderúrgica europeia Eurofer.
Ele disse que a UE poderia perder até 3,7 milhões de toneladas de exportações de aço. Os Estados Unidos são o segundo maior mercado de exportação para os produtores da UE, representando 16% do total das exportações de aço do bloco comercial. “A perda de uma parte significativa dessas exportações não pode ser compensada pelas exportações da UE para outros mercados.”
Trump está aplicando um imposto de 25% sobre o aço e o alumínio estrangeiros, na esperança de que eles aliviem os produtores locais da intensa concorrência global.
