O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), diz que o Ministério Público do Estado (MPE) busca evidência de nota fria supostamente entregue ao administrativo da Casa referente a verbas de suplementação e indenizatória envolvendo vários deputados. A informação teria sido repassada em depoimento e dá conta de que fraudes deteriam ocorrido de 2012 a 2016.
“Segundo a informação que tenho é que existe o depoimento de uma pessoa que forneceu uma nota frita e entregou para a prestação de conta. São várias coisas, existe um ‘negócio’ do ex-deputado Valter Rabello, os deputados Zeca Viana, Emanuel Pinheiro, [Eduardo] Botelho, Wancley [Carvalho] e vários. [A nota] é ligada a suplemento de fundo, verba indenizatória”, disse ele em entrevista nesta quinta (2).
O Botelho disse ainda que a Operação Déjá vu, deflagrada hoje pelo Gaeco (grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) e o Naco Criminal (Núcleo de Ações de Competência Originária), foi motivada por “dúvida” de que a Assembleia Legislativa não teria repassado informações solicitadas à presidência.
“Eles pediram informação e nós prestamos. Só que eles falaram que existe dúvida que nós não queremos entregar. Então eles vieram buscar. Mas, não tem nenhum constrangimento. Estão certo”.
Agentes do Gaeco e do Naco Criminal iniciaram buscas no Instituto Memória, prédio lateral à Assembleia Legislativa no início da manhã desta quinta e cerca de 8h passaram para busca no prédio da Assembleia. Conforme Botelho, até às 11h aconteceu busca nas secretarias geral, de finanças e controle interno. As buscas no memorial seriam por arquivamento de documentos referentes a 2012 e 2013.
Irritação
Em tom irritado, Eduardo Botelho mandou recado para o Ministério Público dizendo que a Casa está aberta para atividades de fiscalização, incluindo seu próprio gabinete. “É um compromisso meu com o Ministério Público de que pode entrar em qualquer secretaria, incluindo o meu, o meu gabinete [ergue o tom de voz]. Não posso autorizar em relação aos gabinetes dos deputados porque isso depende deles, mas quer setor administrativo e no meu gabinete podem vir sem necessidade mandato”.