Presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Eduardo Botelho defende que as lideranças do PSB, pelo menos por enquanto, não saiam em debandada do partido.
A possibilidade é cogitada desde maio, quando o deputado Fábio Garcia e todo o diretório de Mato Grosso foram destituídos. No entanto, a volta do também federal, Valtenir Pereira, à presidência da sigla no Estado agravou a crise, deixando a situação mais delicada.
Na manhã desta segunda-feira (26), antes de se reunir com os líderes socialistas em um hotel na Capital – sem a presença de Valtenir –, Botelho afirmou que a sua proposta é de permanência no partido.
“Estou vindo com o apelo para que todos fiquem no PSB, até esgotarmos todos os esforços para mantermos a união e direção do partido. Vai ter uma reforma partidária e eleição da Executiva Nacional, em outubro. Então, defendo que nós aguardemos todos esses acontecimentos para tomarmos uma decisão”, disse à imprensa.
Além disso, Botelho declarou que não vê problemas na permanência de Valtenir no PSB, após sua saída do PMDB.
“É possível [um diálogo] com Valtenir. Mas vou me pautar de acordo com o que a maioria decidir. Mas, defendo o diálogo. Sou a favor dele na legenda, mas não na presidência. Não vejo nenhum impeditivo dele continuar no partido”, pontuou.
Caso decidam deixar o partido, os parlamentares ficam sem sigla, e podem até perder o mandato. Para que isso não aconteça é preciso esperar a abertura de janela partidária, em março de 2018.
Se a saída do partido for realizada antes da abertura de janela, mas com o consenso dos partidos, nada acontece – a exemplo do deputado Valtenir Pereira.
Base de Taques
Na reunião, os quatro deputados estaduais, dois federais e outras lideranças, como o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, também devem tratar sobre o eventual desembarque da sigla do Governo Pedro Taques (PSDB).
Na última semana, Valtenir falou sobre a polêmica pela primeira vez. Ele não descartou levar o partido para a oposição do Governo tucano, mas pregou o diálogo.
“Vamos construir um consenso. [Dentro de um partido] não se pode ter briga. Ainda há muita coisa para conversar”, afirmou.
Os parlamentares e lideranças descontentes com o novo presidente garantem que irão continuar apoiando Taques.
Eleição para presidente
Com o descontentamento, os parlamentares chegaram a cogitar, inclusive, entrar na Justiça para eixigir eleições para a diretoria e presidência da sigla em Mato Grosso. O diretório da sigla atualmente funciona com comissões provisórias, que é nomeada pela Executiva Nacional.
“A legislação obriga que haja a definição de que comissões provisórias sejam convertidas em diretórios, e nós temos certeza que retomaremos o diretório se for um processo democrático”, afirmou o deputado federal Fábio Garcia.
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