O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), arquivou o pedido de afastamento do governador Pedro Taques. Sua decisão foi apresentada na sessão desta terça-feira (13), com escolha por não colocar a solicitação em votação.
Botelho disse que o conteúdo da delação premiada do empresário Alan Malouf não tem "provas factíveis" e que o prosseguimento no trâmite do pedido não conduziria com a avaliação jurídica de crimes comprovados.
"A delação premiada não apresenta provas que o governador Pedro Taques cometeu os supostos crimes denunciados. O conteúdo está na base de crime provável, o que não justificaria, juridicamente, o afastamento".
O pedido foi apresentado pela deputada da oposição Janaína Riva (MDB) há duas semanas amparada pelo depoimento de Alan Malouf ao STF (Supremo Tribunal Federal). A deputada disse ter identificado ao menos dez crimes supostamente cometidos por Taques desde a campanha de 2014. Eles vão de formação de caixa 2 de campanha a direcionento de contratos públicos para quitar financiamento de campanha eleitoral.
Botelho também apontou aspecto político para sua decisão. Para ele, a retirada de Taques do cargo atrapalharia a transição de governo para o governador eleito Mauro Mendes (DEM), ainda a crime dificuldades administrativas visto que Taques está a menos de dois meses do fim de mandato.
"Com o afastamento, Mato Grosso passaria a ter três governadores em tese, situação que criaria empecilhos para a administração do Estado".
Se o afastamento fosse aprovado, Botelho assumiria o governo por implicação do cargo de presidente do Legislativo. O terceiro seria, virtualmente, Mauro Mendes.