O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição à Presidência, subiu o tom contra o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) durante agenda de campanha nesta quarta-feira (26) em Teófilo Otoni (MG).
Em conversa exclusiva com o blog, Bolsonaro disse ter "provas irrefutáveis da manipulação das inserções" de propaganda eleitoral em rádios. Também acusou o TSE e o PT de "manipularem juntos", o que, segundo ele, "interfere no resultado das eleições".
Hoje, a Corte Eleitoral decidiu exonerar o servidor responsável por receber arquivos com as peças publicitárias das campanhas eleitorais e disponibilizar os materiais no sistema eletrônico da Corte. Esse material é baixado pelas emissoras de rádio e TV, que, então, veiculam.
“Temos provas irrefutáveis da manipulação das inserções. O TSE quer dar por encerrado e excluído demitindo esse servidor. Ele já prestou depoimento nesta madrugada para a Polícia Federal. Vai mais além. Vai no PT. E temos também, quase que certeza, na ponta da linha eles manipularam juntos. Isso é gravíssimo, isso é fraude. Isso interfere no resultado de eleições", afirmou.
Ontem, a campanha de Bolsonaro entregou à Justiça Eleitoral um relatório com denúncias de que o presidente e candidato à reeleição teria sido prejudicado ao ter menos inserções em rádios do que a campanha adversária, do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em seguida, Bolsonaro disse ter sido prejudicado pela propaganda eleitoral obrigatória em rádios e TVs do país e avisou que, mais que isso, o adversário nas urnas foi beneficiado ao receber o tempo de campanha que seria destinado a ele próprio.
"Eu sou vítima, mais uma vez, desse processo. Eu sou democrata. O TSE deve explicações. Os meus advogados estão estudando o que fazer. Porque, afinal de contas, […] lá não chegou a nossa informação. Mais que não chegar, para o PT, foi dado o nosso tempo lá, com dezenas de milhares de inserções”, completou.
O TSE disse ao R7 que se trata de uma demissão normal no funcionalismo público, sem relação com o episódio relatado pela campanha de Bolsonaro, e que, desde que assumiu a presidência do TSE, Alexandre de Moraes vem fazendo mudanças pontuais na equipe.