O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou, no domingo, por volta das 8 horas, o condomínio Solar de Brasília, onde cumpre prisão domiciliar, para realizar procedimentos médicos dermatológicos. Foi a primeira vez que ele saiu de casa após a condenação a 27 anos e 3 meses de prisão por golpe de Estado, entre outros crimes. O ex-presidente foi escoltado por policiais penais até o Hospital DF Star.
Bolsonaro ficou cerca de seis horas fora de casa acompanhado pelos agentes. Ele deixou o centro médico por volta das 14 horas.
A informação inicial era de que ele passaria por uma retirada de “nevo melanocítico”, um tipo de pinta que costuma ser benigna. Foram removidas oito lesões de pele no tronco e no membro superior direito. Elas foram encaminhadas para biópsia, e o resultado deve sair nos próximos dias.
O boletim médico informa que ele recebeu reposição de ferro por via endovenosa. Exames laboratoriais apontaram um quadro de anemia. Uma tomografia de tórax também detectou imagens residuais de um quadro de pneumonia por broncoaspiração.
“Ele é um senhor de 70 anos, que passou por diversas intervenções cirúrgicas. Ele está bastante fragilizado com essa situação toda”, disse o médico Claudio Birolini sobre o ânimo de Bolsonaro após ser condenado pela 1.ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o médico, o ex-presidente mantém quadro de soluços e tem se alimentado “menos do que gostaríamos”. “Seguiremos acompanhando Bolsonaro de perto, tanto de vista do pós-operatório, como questões intestinais, pneumonias que ele vem tendo”, disse.
Enquanto o médico falava, Bolsonaro esperava a poucos metros sem se manifestar. Ao redor, simpatizantes o chamavam de “mito”. Ele distribuiu sorrisos discretos.
Bolsonaro estava acompanhado pelos filhos Carlos Bolsonaro (PL), vereador no Rio de Janeiro, e Renan Bolsonaro (PL), vereador em Balneário Camboriú (SC). Nenhum deles falou com a imprensa. O ex-presidente deixou o Hospital Star DF por volta das 14h e retornou para sua residência.
Autorização
O ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou a ida ao hospital com a escolta de policiais penais. A permissão foi válida apenas para o dia do procedimento.
Os relatórios médicos apresentados pelo ex-presidente já indicavam que ele deveria ficar em ambulatório e tinha previsão de receber alta no mesmo dia.
Nas redes sociais, Carlos Bolsonaro criticou a escolta. Classificou a presença dos agentes de segurança como um “circo armado” e uma “humilhação de um homem honesto”.
A autorização concedida por Moraes também determina que o ex-presidente entregue um atestado médico relatando os detalhes dos procedimentos aos quais foi submetido. Ele tem até 48 horas para cumprir com a determinação.
A 1.ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente pelos crimes de organização criminosa, golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Bolsonaro seguirá em prisão domiciliar até o início da execução penal.