As bolsas da Europa encerraram o pregão desta terça-feira, 8, com fortes ganhos, revertendo uma sequência de quatro sessões consecutivas de quedas provocadas pelas crescentes tensões globais em torno das tarifas comerciais. O movimento, segundo especialistas, acompanha a recuperação modesta observada nos mercados asiáticos, alimentada por expectativas de negociação dos EUA com Coreia do Sul e Japão.
Em Londres, o FTSE 100 avançou 2,71%, para 7.910,53 pontos. O DAX, de Frankfurt, subiu 2,36%, encerrando a sessão em 20.255,88 pontos. Em Paris, o CAC 40 teve alta de 2,50%, aos 7.100,42 pontos. Em Madri, o Ibex 35 ganhou 2,53%, enquanto o PSI 20, de Lisboa, avançou 2,80%. Já o FTSE MIB, de Milão, teve alta de 2,44%. As cotações são preliminares.
Para a Interactive Investor, ainda é cedo para afirmar se o avanço visto nesta terça representa um ponto de virada ou apenas um clássico “salto de gato morto”. Apesar do alívio no dia, os investidores seguem atentos à escalada na guerra comercial, após novas ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas adicionais à China caso o país não suspenda a alíquota de 34% sobre produtos norte-americanos. Pequim, por sua vez, prometeu “lutar até o fim” contra as tarifas e iniciou disputa na Organização Mundial do Comércio (OMC).
A Comissão Europeia deve votar na quarta-feira contramedidas comerciais para entrar em vigor em 15 de abril. Uma segunda fase de resposta deverá ser anunciada na próxima semana. Dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) seguem alertando para a deterioração “massiva” das perspectivas de crescimento global e a mudança de paradigma provocada pela política de Trump.
A Pantheon Macroeconomics reforçou que as tarifas podem empurrar a zona do euro para uma recessão, com expectativa de contração no segundo e terceiro trimestres. O mercado já precifica três cortes de juros pelo BCE neste ano, segundo o Danske Bank.
No Reino Unido, as apostas em afrouxamento monetário também crescem, diante dos impactos da guerra comercial sobre o crescimento e o mercado de trabalho. Nesta terça, o primeiro-ministro Keir Starmer destacou a necessidade do país se preparar para as retaliações e reduzir barreiras comerciais com outros países.