Karsten atravessou os Estados Unidos, da costa do estado de Oregon, no oeste, à de Maryland, no leste. Foram 36 caronas para completar o percurso, entre caminhões e carros, além de um porta-contâiner e uma lancha. Houve um ponto em que ele precisou pegar um avião.
"Pegar carona não é ilegal na maioria dos estados (americanos) na verdade, mas muitas pessoas pensam que é", contou o blogueiro ao site. "Há muitas comunidades de caroneiros que as pessoas sequer sabem que existem."
Além do blog, Karsten escreve para revistas de viagem, como A Travel Channel, desde 2010. O trabalho dele parece o sonho de muita gente: ir para um lugar no exterior, fazer amigos, andar por aí e escrever sobre isso em um blog – no meio de ano, ele voltou de quatro meses de trabalho na América do Sul.
"Tive uma conferência em Portland (EUA) em julho, e algum tempo livre depois disso", diz. "Sempre quis tentar uma longa viagem de carona, nunca tinha feito isso por mais do que algumas horas, então pensei em comprar uma passagem só de ida e pegar carona na volta da conferência para voltar à costa leste", conta.
A expectativa do blogueiro era de levar duas semanas, mas na verdade levou cinco. Ele não tinha um ponto de chegada exato, qualquer lugar na costa do Atlântico estava bom. Depois de voar para Portland e participar da conferência, ele foi de ônibus até Seaside, no estado americano de Oregon, e começou a aventura.
Segundo Karsten, a parte mais cansativa da viagem não foi pedir carona, mas conversar com os motoristas. Não que eles fossem chatos, muito pelo contrário, mas de sua parte o blogueiro precisava contar e recontar inúmeras vezes sua história, o que considerou cansativo depois de alguns estados – no total, ele cruzou 15. "Você meio que fica 'ligado' o tempo todo", resume.
Entre os destaques da trajetória, o blogueiro menciona pular em um trem de carga em uma noite de lua cheia, para cruzar até Washington, e conhecer "John", criador do sanduíche de panqueca. Além disso, foram 2 mil quilômetros com um casal de caminhoneiros no estado do Tennessee.
O avião ele pegou em Ohio. "Há pequenos aeroportos municipais em todo o país", observa, contando que a princípio chegou no parador da universidade do estado com uma placa "vai voar para o leste?", mas foi retirado pelos seguranças. Para sua sorte, ele havia postado no Facebook sobre os planos, e um amigo o colocou em contato com um piloto que ia para West Virginia.
"Foi uma experiência incrível, e eu definitivamente faria tudo de novo. Mas fiquei realmente muito cansado depois de cinco semanas. Ficar parado no sol, sem saber onde eu dormiria de noite, consome bastante", resume. De volta ao trabalho, ele viaja ao México daqui a alguns meses. E continua contando as histórias no blog.
Terra