Política

‘Blitz da Saúde’ encontra UPA sem médico e desvio de função

Vereadores de Cuiabá encontraram na manhã desta sexta-feira (27) a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) sem médico e com desvio de função. As constatações foram vistas por integrantes da comissão, coordenada pelo vereador Toninho de Souza (PSD), com o objetivo de fiscalizar e tomar medidas para melhoria da saúde pública do município. Além de Souza, estavam também nas inspeções o vereador Clovito Hugueney (Solidariedade), Arison da Silva (PT), Ozéas Machado (PSC) e o tucano Ricardo Saad. Os agentes públicos visitaram as unidades de atendimento de saúde da UPA Morada do Ouro, UPA Planalto e UPA do bairro CPA 1. 

No bairro Planalto, não havia um único médico para atender a demanda da região leste. O paciente, ao chegar na unidade de saúde, recebia uma breve inspeção, e dali era encaminhado a outros postos de saúde. “Isso não pode acontecer, de maneira nenhuma. Temos 730 médicos na folha de pagamento e onde eles estão?”, questionou o vereador Toninho, ao notar a ausência do profissional na unidade. O local, conforme informações do Coordenador da unidade Alessandro Brito, conta com 13 médicos que trabalham em plantões e efetivamente são três por dia (sendo dois clínicos gerais e um pediatra), quatro enfermeiros e sete técnicos de enfermagem.

“Há duas semanas que a unidade não conta com um médico plantonista, pelo menos um dia da semana. Dois deles estão fazendo um curso de especialização e por conta disso não puderam vir”, justificou o coordenador. Ainda conforme Brito, a unidade recebe cerca de 200 pacientes por dia e na ausência do profissional, a saída encontrada é encaminhar para outras unidades.

Desvio de função

Enquanto isso na UPA Morada do Ouro, o médico plantonista Doutor Rodrigo F. Caetano, disse que existe um erro das unidades de saúde ao enviarem pacientes com surtos psiquiátricos ao local. “Os profissionais do Adalto Botelho estão fazendo o caminho inverso. Ao invés de nós encaminharmos estes pacientes para lá, está acontecendo o contrário”, alertou o médico. Conforme Dr. Caetano a UPA tem a missão de atender urgência e emergências, “desta forma quando alguém está em crise ou surto, atendemos, medicamos e logo em seguida deveríamos enviar esses pacientes ao CAPS ou Adalto Botelho. Coisa que não acontece, ficamos com essas pessoas por muitas horas e demandando uma atenção que poderíamos prestar a casos mais graves”, finalizou.

A Coordenadora da UPA Morada do Ouro, Rosimeire Melo Carvalho Souza, explicou aos vereadores e profissionais de impressa, que a dificuldade de atender esses pacientes em surtos por muito tempo é a questão do pessoal e da própria segurança. “Esses pacientes chegam muito alterados, demanda-se vários enfermeiros para conseguir segurar eles e mantê-los em segurança. Quando nossa missão, como UPA, é atender urgência e emergência”, disse. 

Atualmente a unidade de saúde do bairro conta com quatro médicos (plantonistas), 20 técnicos de enfermagem e oito enfermeiros, mas não consegue atender a demanda dos demais bairros e pacientes precisam esperar de 3 à 4h para receber atendimento. “Hoje somos o depósito da região. Recebemos pacientes psiquiátricos (que não é da nossa oussada), pessoas do Planalto e dos bairros onde existem os PSF’s (Programa de Saúde Familiar) e até de cidades vizinhas”, reclamou Rosemeire.

Cobrar, criar e fiscalizar ações para solução dos problemas 

Conforme disse a comissão da ‘Blitz da Saúde’, por meio do vereador Toninho, os parlamentares irão criar ferramentas para resolver as falhas encontradas. “Nós vamos criar e fiscalizar ações para que esses médicos lotados na Prefeitura realmente atuem nas unidades de saúde. Não Podemos deixar o paciente chegar no local, buscando ajuda e encontrar a UPA sem o profissional para lhe atender. Vamos exigir do executivo e do Prefeito que essas medidas sejam tomadas para que nossa população não sofra com a deficiência do sistema”, comentou o pedetista.

Ulisses Lalio

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