O presidente da Fifa, Joseph Blatter, se pronunciou nesta segunda-feira por meio de seus advogados, após virar alvo do Ministério Público da Suíça, na última sexta-feira. Diante das suspeitas de que poderia deixar a presidência da entidade máxima do futebol mundial antes da eleição marcada para fevereiro do ano que vem, o suíço garantiu que permanece no cargo até lá, reiterando que não cometeu qualquer ato ilícito.
– O presidente Blatter falou com os funcionários da Fifa hoje (segunda-feira) e informou à equipe que está cooperando com as autoridades, reiterou que não fez nada ilegal ou impróprio e afirmou que permanecerá como presidente da Fifa – informou, por email, a equipe de advogados do suíço, que voltou ao seu escritório na Fifa nesta segunda-feira, três dias após a investigação ir a público.
A Procuradoria-Geral da Suíça anunciou na sexta-feira que abriu uma investigação criminal contra Joseph Blatter, enquadrado em dois artigos do Código Penal do país, por suspeita de apropriação indébita e má gestão, podendo pegar até dez anos de prisão. Uma das acusações é de um contrato assinado entre Blatter e o ex-presidente da Concacaf, Jack Warner, em 2005, que teria sido "desfavorável para a Fifa".
Além disso, Blatter é suspeito de ter feito um "pagamento indevido" no valor de 1,3 milhão de libras (R$ 8 milhões na cotação atual) para o presidente da Uefa, Michel Platini. Esse pagamento foi feito em fevereiro de 2011, com a justificativa de "trabalho feito entre janeiro de 1999 e junho de 2002" (o jornal inglês “The Telegraph” diz que esse dinheiro serviu para convencer o francês a não concorrer à presidência da Fifa).
– Sobre a questão do Platini, o presidente Blatter compartilhou com as autoridades suíças na última sexta-feira o fato de que o senhor Platini teve um relacionamento valioso de emprego com a Fifa servindo como conselheiro do presidente a partir de 1998. Ele explicou aos procuradores que os pagamentos eram compensações válidas e nada mais. Tudo foi devidamente contabilizados pela Fifa, incluindo as contribuições previdenciárias.
Sem a presença do presidente da Uefa e apenas com o príncipe jordaniano Ali Bin Al Hussein como concorrente, Blatter foi reeleito em maio para o seu quinto mandato à frente da entidade máxima do futebol mundial. Dias depois, diante do escândalo na Fifa que levou a cadeia o ex-presidente da CBF José Maria Marin, o suíço anunciou que deixará o cargo e convocou novas eleições para fevereiro.
– Por causa da investigação em andamento, o presidente Blatter não vai responder outras perguntas neste momento – informou o trecho final do comunicado.
Fonte: G1