Bill Cosby deixa corte do condado de Montgomery, em Norristown (Foto: Alejandro A Alvarez/Reuters)
O comediante americano Bill Cosby pediu nesta terça-feira (2) o arquivamento da causa judicial aberta contra ele por supostamente drogar e violentar uma mulher, em 2004, em sua mansão na Filadélfia (Pensilvânia).
O ator foi o primeiro negro a ter seu próprio programa de televisão nos anos 60 e se transformou em um referência da comédia televisiva nos Estados Unidos durante décadas.
Com rosto sério e vestido com um terno de cor oliva, Cosby, de 78 anos, compareceu em uma audiência prévia para decidir se segue adiante o que poderia ser o primeiro julgamento contra o ator, apelidado de "papai da América" – e que é acusado por mais de 50 mulheres de abuso sexual.
A mulher que poderia fazer o ator sentar no banco dos réus é Andrea Constand, uma ex-funcionária da Universidade de Temple (Pensilvânia), que sustenta que em uma noite no início de 2004 o comediante a drogou e a violentou em sua mansão.
Hoje o ator teve que atravessar uma multidão de jornalistas até chegar à porta da corte do condado de Montgomery, no município de Norristown (Pensilvânia), e esteve acompanhado o tempo todo por dois homens que lhe levaram pelos braços.
Dentro da corte, os advogados de Cosby defenderam que, como a Justiça já tinha se recusado estudar as acusações da suposta vítima em 2005, a nova causa deveria ser arquivada.
Em 2005, o procurador do distrito, Bruce Castor, decidiu não processar o ator. Nesta terça, o procurador disse em seu depoimento que, naquele momento, achou que a melhor solução para que Constand obtivesse justiça era fazer Cosby pagar uma multa civil.
A divulgação do testemunho de Constand no antigo processo judicial provocou a reabertura do caso e a decisão da procuradoria, em dezembro do ano passado, de apresentar acusações contra o ator, famoso por programas bem-sucedidos como "The Cosby Show".
As acusações contra o comediante, casado e pai de cinco filhos, podem acarretar uma pena de até dez anos de prisão e uma multa de US$ 25 mil, em um caso que pode dar lugar a um dos julgamentos mais midiáticos de todos os tempos contra uma celebridade de Hollywood.
Fonte: G1