Um júri da Pensilvânia (EUA) condenou o comediante Bill Cosby nesta quinta-feira (27) por drogar e molestar uma mulher em sua casa, em 2004. O caso é o primeiro grande julgamento de uma celebridade por crime sexual na era da campanha feminista Me Too.
O ator de 80 anos, que já foi conhecido como "o pai da América" pelo trabalho no seriado "The Cosby Show", pode pegar até 10 anos de prisão por cada uma das três acusações de agressão sexual contra Andrea Constand, uma ex-funcionária da Universidade Temple, onde Cosby se formou.
Hoje com 45 anos, ela é uma das cerca de 50 mulheres que denunciaram o ator por agressão sexual, de acordo com a agência Associated Press. Todas as outras alegações foram consideradas antigas demais para serem processadas. Cosby sempre negou as acusações.
"[A decisão] é uma vitória não apenas para 62 de nós que se apresentaram, mas para todos os sobreviventes de agressões sexuais, mulheres e homens", disse a repórteres Lily Bernard, uma das acusadoras, usando uma estimativa diferente do número de mulheres que acusaram Cosby.
Segundo julgamento
A decisão unânime de sete homens e cinco mulheres ocorreu menos de um ano depois de um júri diferente não conseguir chegar a um veredito, o que levou à anulação do primeiro julgamento do ator.
A segunda tentativa aconteceu com o pano de fundo do movimento Me Too. A iniciativa surgiu no ano passado para combater crimes sexuais, após uma legião de mulheres relatar casos de abuso em Hollywood.
O novo julgamento durou duas semanas. Além de Constand, outras cinco mulheres testemunharam contra o comediante, com relatos de abuso. Uma delas perguntou, entre lágrimas: "Você se lembra, não é, sr. Cosby?".