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Biden vai discutir Guerra da Ucrânia com Lula, tema que divide os dois presidentes

Na pauta da reunião de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Joe Biden na Casa Branca, na sexta (10), um tema de discordância entre Brasil e EUA estará à mesa, em meio a consensos sobre democracia e ambiente.

O governo americano vai incluir o tema da Guerra da Ucrânia, conflito prioritário para o governo americano, segundo John Kirby, coordenador de comunicação estratégica do Conselho de Segurança Nacional.

A conversa entre os presidentes terá "não só assuntos regionais e do Brasil, mas do Hemisfério e globais", disse ele em conversa com jornalistas nesta quarta (8). "A Guerra da Ucrânia teve um efeito ao redor do mundo. Segurança alimentar e segurança energética foram as principais maneiras pelas quais a guerra de Putin afetou nações em todo o mundo. E teve um impacto profundo particularmente na América Latina."

Enquanto o governo americano articula o envio de um novo pacote de armas para Kiev na casa de US$ 1,75 bilhão (R$ 9,13 bilhões), Lula manteve a política de Jair Bolsonaro (PL) de evitar interferência mais direta no conflito e negou pedido da Alemanha para repassar munições a tanques do lado ucraniano.

Questionado pela Folha de S.Paulo se a neutralidade do Brasil incomoda Biden, Kirby afirmou que a postura do país é parte de "decisões soberanas que as nações têm de tomar". "E respeitamos isso", disse ele, antes de descrever a guerra como "totalmente desprezível" e deixar clara a posição americana: "Só posso falar pelos EUA. Não acreditamos que seja momento para 'business as usual' [agir como de habitual]".

A declaração de Kirby ecoa o discurso do Estado da União que Biden fez no Congresso, na noite desta terça (7), durante o qual afirmou que os EUA "estarão com a Ucrânia por quanto tempo for necessário".

O petista chega a Washington acompanhado dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente) e Anielle Franco (Igualdade Racial), além do assessor especial da Presidência Celso Amorim, principal conselheiro de Lula para política externa. Também viajam o secretário do Ministério do Desenvolvimento Econômico Marcio Elias Rosa e o senador Jaques Wagner.

O presidente se hospedará na Blair House, residência do governo americano onde costumam ficar líderes estrangeiros. Lula disse que preferia ficar em um hotel, mas foram levadas em conta questões de segurança, devido à agressividade de alguns apoiadores de Bolsonaro e à possibilidade de protestos.

Na Blair House, o esquema de segurança não permite nenhum tipo de ato não pacífico, e o acesso à praça onde a residência está localizada costuma ser restringido durante a visita de delegações estrangeiras.

No local, Lula receberá o senador americano Bernie Sanders pela manhã e se encontrará com deputados do Partido Democrata. À tarde, ele participa de um encontro com representantes da AFL-CIO (Federação Americana de Trabalho e Congresso de Organizações Industriais), maior sindicato do país.

Depois, será recebido por Biden na Casa Branca. Ele volta ao Brasil no sábado (11).

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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