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Bicampeão mundial, Djalma Santos morre aos 84 anos; enterro será em Uberaba

O velório do ex-jogador acontece na madrugada desta terça para quarta-feira no Salão Nobre da Câmara Municipal de Uberaba, segundo informou Elmar Humberto Goulart, presidente do Poder Legislativo, ao UOL Esporte. O enterro do ex-lateral está previsto para às 16 horas no Cemitério São João Baptista, também na cidade mineira.
 
De acordo com o SporTV, a prefeitura de Uberaba decretou três dias de luto oficial pela morte do ex-jogador.
 
O ex-jogador da seleção foi internado pela primeira vez em 30 de junho, pouco depois da vitória do Brasil contra a Espanha, 3 a 0, pela Copa das Confederações. Djalma Santos passou mal, com dificuldade respiratória. Foi diagnosticado pneumonia. Ele chegou a respirar com ajuda de aparelhos. Seu estado de saúde melhorou semanas depois.
 
Fábio Rodrigues, um dos dois enteados de Djalma Santos, revelou que a família continuava esperançosa na recuperação do ex-jogador, mesmo com o agravamento do estado de saúde no final de semana passado, que o levou de volta à UTI.
 
“Ele piorou no sábado à noite, quando os rins pararam de funcionar. Depois de tratado na UTI, ontem (segunda-feira) os rins voltaram a funcionar, mas aconteceu uma nova infecção pulmonar”, explicou o enteado, ao UOL Esporte.
 
Nesta terça-feira, Djalma Santos sofreu duas paradas respiratórias, que foram revertidas. “Por volta das 16h30, quando esperávamos para ter notícias, no horário de visita, ele teve uma dessas paradas. Às 19h30, teve uma outra e não resistiu”, contou Fábio, bastante emocionado, sem conter as lágrimas. Segundo ele, desde domingo, Djalma Santos estava sedado.
 
Fábio Rodrigues informou que o corpo de Djalma Santos deverá ser velado na Câmara Municipal de Uberaba, a partir da manhã desta quarta-feira. Não há ainda horário previsto para o sepultamento, que ocorrerá também nessa cidade do Triângulo Mineiro.
 
“Ele era muito querido aqui em Uberaba, cidade que o acolheu”, comentou. Djalma Santos deixa viúva, Esmeralda, e a filha Laura, que mora em São Paulo, mas que acompanhou todo o período de enfermidade do pai, em Uberaba.
 
Bicampeão mundial pelo Brasil em 1958 e 62, Djalma, de 84 anos, defendeu Atlético-PR, Portuguesa e Palmeiras, clube pelo qual atuou em mais de 400 jogos.
 
O Palmeiras comunicou por intermédio da assessoria de imprensa que prepara uma homenagem ao ex-jogador. Recentemente, os jogadores do time entraram em campo para o duelo contra o Oeste com camisas com a mensagem: “Forza, Djalma Santos”.
 
Djalma Santos queria mesmo era ser piloto de avião. Já o pai, soldado da antiga Força Pública paulista, preferia que ele seguisse a carreira militar. Até que um dia, vendo o filho jogar no Internacional (um clube de várzea do bairro paulistano da Parada Inglesa), convenceu-se de que o destino dele era outro. Djalma Santos havia nascido para ser jogador de futebol.
 
Djalma chegou a fazer testes no Ypiranga e no Corinthians. Mas os horários dos treinos eram incompatíveis com o do seu trabalho como sapateiro. Só ficou na Portuguesa porque o patrão concordou que ele trabalhasse à noite, para compensar as horas perdidas no clube.
 
No início, Djalma era chamado apenas de Santos e jogava na Lusa de centro-médio (o volante dos dias atuais). Em agosto de 1949, porém, o clube contratou outro jogador para a posição, Brandãozinho, da Portuguesa Santista, na maior transação da época. E Djalma Santos passou para a posição em que se consagraria definitivamente, a lateral-direita.
 
Djalma Santos acena ao desfilar em carro com a equipe da seleção brasileira após título da Copa de 1958 - Foto: FolhapressFoi titular em apenas uma partida na Copa de 1958 – a final, contra os donos da casa, vencida pelo Brasil por 5 a 2 – substituindo De Sordi, que passara mal. O suficiente para ser considerado o melhor jogador da posição. Na Copa seguinte, Djalma Santos se sagraria bicampeão mundial. Jogaria mais uma Copa, a da Inglaterra, em 1966. Pela seleção brasileira, foram 114 apresentações.
 
Uma de suas jogadas características era a cobrança dos arremessos laterais com força, para dentro da área, onde havia sempre um companheiro em boa posição para o arremate. Pela Portuguesa, Djalma ganhou os Torneios Rio-São Paulo de 1952 e 1955. Foram 453 jogos entre agosto de 1948 e maio de 1959, quando se transferiu para o Palmeiras.
 
No Palmeiras, Djalma Santos também jogou quase dez anos – 491 partidas e dez gols -, ganhando três títulos paulistas. Quando se preparava para encerrar a carreira, recebeu um convite do Atlético Paranaense e não resistiu. Ao lado do zagueiro Bellini (outro bicampeão mundial) e do ex-santista Dorval, levou o clube do quase rebaixamento, no ano anterior, ao vice-campeonato paranaense de 1968.
 
Jogou ainda a tempo de ganhar seu último título estadual (1970) pelo rubro-negro, se tornando posteriormente treinador do próprio Atlético. Depois, Djalma Santos se tornou funcionário da Secretaria de Esportes, Lazer e Turismo de Uberaba, em Minas Gerais, onde coordenou a escolinha de futebol da cidade.
 
 
UOL

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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