O presidente regional do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra, voltou a fazer duras críticas, mesmo que indiretas, a gestão do governador Pedro Taques (PSDB).
Na manhã desta segunda-feira (13), quando se reuniu com os presidentes do PP, PR e outras siglas de oposição a Taques, o cacique avaliou que a montagem de um secretariado com o perfil apenas técnico é uma "posição burra" de alguns gestores.
Bezerra ainda apontou que tal priorização é um “analfabetismo político” e que trouxe resultados negativos para o Governo do Estado.
“Eu não estou me referindo só ao Pedro [Taques], estou me referindo a todos. Eu não vi nenhuma iniciativa em Mato Grosso contrária a essa posição burra e ignorante. Essa foi à forma estabelecida pelo Governo: abominar os políticos e botar técnicos. Deu no que está aí”, disparou.
Bezerra ainda avaliou que o perfil técnico do secretariado deve estar subordinado ao político, e não como fez o atual governador, priorizando os técnicos.
“O político é o que está mais preparado para dirigir a coisa pública. O ideal é que seja político e tenha conhecimento técnico. Mas que o técnico seja subordinado ao politico e inverteram a roda” afirmou.
Os comentários do líder peemedebista começaram a surgir, após Taques implantar uma série de mudanças em sua equipe. Deixando de lado nomes com perfil técnico e convidando os partidos da sua base aliada para indicarem e comporem seu staff. Entre as mudanças estão os deputados estaduais Wilson Santos (PSDB) e Max Russi (PSB), que se licenciaram da Assembleia Legislativa, para ocuparem a equipe do Governo.
Gestão "absolutista"
O senador Wellington Fagundes (PR), um dos eventuais candidatos do grupo de oposição ao Palácio Paiaguás, também não poupou críticas a Pedro Taques, que teria feito uma gestão “absolutista” – teoria política que defende o poder absoluto a um único gestor.
Para Fagundes, Taques tentou se isolar no poder e não reconhece o esforço daqueles que querem ajudar, se referindo a bancada federal em Brasília.
Além disso, o senador criticou a ação do governador, que desde o ano passado chamou as siglas aliadas para integrarem o Executivo.
Segundo Fagundes, o Governo que antes era ‘extremamente fechado’ agora começou abrir espaço para os partidos políticos e se “descontrolou”.
“Antes era um governo extremamente fechado, com discurso de que ‘queremos os partidos políticos’, agora viu que a situação está muito complicada e está abrindo até de forma desenfreada”, avaliou.