O deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) afirmou que acusações de corrupção passiva atribuídas ao presidente Michel Temer (PMDB) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, são fruto de “provas frágeis”.
Para o deputado, Temer, assim como Jesus Cristo, foi crucificado, mesmo sendo inocente. “A gravação [apresentada por Joesley Batista, delator no caso JBS] não é a base. Ela não prova nada. O relator diz lá ‘in dubio pro sociatate’. Aliás, o primeiro a ser condenado nesse caso foi Jesus Cristo. Não acharam crime nenhum nele, mas a plebe queria a condenação. Então vá a forca, Pilatos mandou crucifica-lo. E ele era um inocente, não tinha nada contra ele”, declarou Bezerra ao Jornal do Meio Dia.
O peemedebista, membro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, votou contrário ao parecer do deputado federal Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), no última dia 13, que recomendava ao plenário aceitar denúncia protocolada na Procuradoria Geral da República por corrupção passava do presidente Temer.
A acusação está baseada nas investigações iniciadas a partir do acordo de delação premiada da JBS. O áudio da conversa gravada pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da empresa, com o presidente, em março, no Palácio do Jaburu, também é uma das provas usadas no processo.
“Essa denúncia apresentada é totalmente inepta tecnicamente. Quem conhece de direito penal sabe que ela é inepta. Tanto é que o relator dizia que as provas eram frágeis”, ressalta.
Liberação de emendas
A ONG Contas Abertas realizou um levantamento divulgado na segunda-feira (24) mostrando que para tentar barrar a denúncia contra corrupção passiva, Temer liberou apenas em julho metade de todo o orçamento empenhado ao longo de 2017.
Foram R$ 2,1 bilhões apenas no mês julho dedicados a emendas parlamentares. Mato Grosso lucrou com a “generosidade” peemedebista. A bancada federal do Estado conseguir reaver o valor de R$ 156 milhões em emendas, antes disponibilizadas apenas em R$ 82 milhões.
Carlos Bezerra, entretanto nega que o recurso tenha sido conseguido após negociata com o presidente. “Isso é um pouco de falácia. Tem muita falácia nisso. Essas liberações são impositivas, são legais, o Governo é obrigado a fazer. Você apresenta emenda no orçamento e o Governo é obrigado, como agora vai liberar R$80 milhões para Cuiabá”.
Dos R$ 156 milhões garantidos pela bancada federal, R$ 82 milhões devem ser dedicados para equipar o novo Hospital e Pronto-Socorro de Cuiabá, planejado para ser entregue em abril 2018.
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