Alan Malouf à esquerda e o advogado Huendel Rolim à direita – Foto: Ahmad Jarrah
O empresário Alan Malouf informou por meio de uma nota que apresentou bens como forma de garantir o juízo para eventual ressarcimento, de possíveis danos que tenha causado ao estado por decorrência da Operação Rêmora.
A defesa de Alan, feita pelo advogado Huendel Rolim, divulgou neste sábado (17) uma nota de esclarecimento informando sobre o depoimento que empresário prestou, na tarde desta sexta-feira (16), na sede do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), ao qual considerou como importante para exercer seu direito constitucional de ampla defesa.
Segundo Rolim, o processo corre em segredo de justiça, por conta de o teor do depoimento ser sigiloso e revelou que as manifestações da defesa ocorrerão somente nos autos do processo.
“Reiteramos que desde o início das investigações ele está à disposição das autoridades, tendo, inclusive, se apresentado espontaneamente para o cumprimento da decisão que determinou sua prisão, demonstrando que não irá atrapalhar qualquer investigação, bem como tem prestado as informações solicitadas para o esclarecimento dos fatos”, diz trecho da nota.
Entenda
Alan Malouf é investigado pela Operação Rêmora, por possível participação dentro de um esquema de fraudes e propina na Secretaria Estadual de Educação (Seduc). Ele foi preso na quarta-feira (14), após ter tido um mandado de prisão preventiva expedida. No mesmo dia ele se entregou à juíza Selma Rosane Arudda, responsável pela Vara Contra o Crime Organizado.
Ele foi ouvido pelo Gaeco como suspeito de interferir diretamente em comandos na (Seduc). A magistrada diz que Malouf é uma das principais vozes do esquema de fraude na Seduc, realizado em 2015.
O delator do esquema e empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora, citou Malouf em seus depoimentos, tanto ao Ministério Público Estadual (MPE) quanto ao juízo. Ambos teriam sido financiadores de caixa 2 da campanha do governador Pedro Taques (PSDB) em 2014. A fraude na Seduc teria sido montada para cobrir o dinheiro “investido” na campanha.
O ex-secretário de Educação, Permínio Pinto, em depoimento à juíza Selma admitiu a permissão do esquema sob sua gestão na pasta e ainda revelou que Alan Malouf assegurou para que o esquema fosse feito de forma ‘muito discreta’.
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