Manifestantes presos na noite de terça (15) durante o confronto no Rio de Janeiro aguardam em ônibus da PM, na 25ª DP, no Engenho Novo, antes de serem levados para o Instituto Médico Legal e em seguida, encaminhados para um presídio (Foto: Estefan Radovicz/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)
O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse nesta quarta-feira (16), que um grande esforço é feito para que sejam punidos os responsáveis pelas depredações ocorridas durante e após protestos na capital fluminense, como mostrou o RJTV.
Segundo ele, mais de 60 pessoas foram presas em flagrante nessa situação após protesto pacífico de professores na terça-feira (15). "Quando você tem um movimento caótico, não há que se falar se está, ou não, preparado. É claro que nós temos que estar sempre nos preparando, cada vez mais, mas se tem um movimento caótico, que assumiu uma dimensão, onde queimaram uma viatura do estado, onde queimaram um microônibus do estado, o que nós temos que fazer é punir essas pessoas e esse é o esforço técnico que a Polícia Civil vem fazendo no sentido de enquadrar essas pessoas, buscar o enquadramento técnico que o Judiciário aceite e verdadeiramente punir essas pessoas", disse Beltrame.
Mais de 200 detidos, diz OAB
Pelo menos 200 pessoas foram encaminhadas à delegacia durante os protestos do Centro do Rio na noite desta terça-feira (15), em que ativistas mascarados e policiais militares se envolveram em confrontos, confome a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) confirmou ao Bom Dia Brasil.
Segundo a Polícia Militar, porém, 182 pessoas, incluindo menores de idade, foram levadas a delegacias e pedras, granadas, explosivos, cinco bexigas com material inflamável, querosene, sacos com fezes, bolas de gude, estilingues, facões, serrotes, latas de tíner e máscaras foram apreendidos. As pessoas e os materiais foram encaminhados para a 12ª DP (Copacanaba), 17ª DP (São Cristóvão), 19ª DP (Tijuca), 22ª DP (Penha), 25ª DP (Engenho Novo), 29ª DP (Madureira) e 37ª DP (Ilha do Governador).
O confronto ocorreu após uma passeata pacífica que reuniu 100 mil professores, segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ). No entanto, a PM afirma que sete mil pessoas participaram da manifestação. Até as 22h30, a região ainda era cenário de confrontos. O acampamento defindo como "Ocupa Câmara" foi desfeito pela PM.
De acordo com o Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio (Sepe), que marcou a passeata para o Dia dos Professores, quando o confronto começou, os docentes já haviam se dispersado. O tumulto se iniciou cerca de 45 minutos depois do ato. Por volta das 20h15, a região foi tomada pela fumaça das bombas lançadas por PMs e por morteiros disparados pelos vândalos. Poucas pessoas circularam no Centro na tarde desta terça já que empresas dispensaram funcionários mais cedo.
Num dos momentos de maior tensão, um grupo de oito policiais militares do Batalhão do Choque ficou ilhado em meio a ativistas, protegidos por escudos e lançando bombas de gás. Também nas imagens, um ativista foi atingido por uma bomba de gás e caiu. Ele se levantou e saiu caminhando, enquanto socorristas voluntários tentavam ajudá-lo.
Carro da PM incendiado
Os mascarados jogavam pedras na direção dos policiais. Um carro da Polícia Militar foi incendiado no bairro da Glória, vizinho ao Centro.
Até as 22h, a PM não informou quantos homens do efetivo atuavam na região durante o protesto e no tumulto. Em diversos momentos, os mascarados vaiavam os policiais.
Durante o tumulto, um grupo retirou as placas de aço que estavam protegendo os bancos contra os ataques. Em muitos pontos da Avenida Rio Branco, foram montadas fogueiras. Por causa da confusão, muitos bares da Lapa, área boêmia do Rio, fecharam as portas. O Corpo de Bombeiros informou que equipes apagaram focos de incêndio em uma agência bancária. Muitas fachadas de prédios comerciais foram depredadas.
Globo.com