Em cada boca um beijo que palpita,
Lascivo ou puro, cheio de ternura,
Alguns carnais, repletos de loucura,
Alguns amargos, dados à compita.
Gelados outros, duros como a brita
Que causam tal penar que não se cura…
Em outros lábios sempre alguém procura
O grande amor que dentro o peito habita.
Existem tantos beijos nos olhares
Que escapam e se evolam pelos ares,
Os tímidos, magoados, compungidos.
Porém nenhum se iguala ao que lateja
Em minha boca – pálida cereja –
que nunca te cedi nos tempos idos
Edir Pina de Barros é membro da Academia Brasileira de Sonetistas e da Academia Virtual de Poetas de Língua Portuguesa. Seus poemas estão disponíveis em vários livros, antologias, revistas eletrônicas e nas mídias sociais. É doutora e pós-doutora em Antropologia pela USP, professora aposentada (UFMT). Nasceu no Mato Grosso do Sul e hoje reside em Brasília.