Coluna Social

Beijar faz bem!

Ernani Caporossi

Dia desses, um paciente me fez uma sugestão muito interessante. Por que não fazer um artigo sobre beijo e saúde bucal? Abracei a ideia e decidi falar sobre o assunto, especialmente nesta época que se aproxima o fim de ano, quando o calor e as confraternizações são um estímulo ao beijo, seja ele de que tipo for.  Exclusivo do ser humano, já que os outros animais desconhecem este hábito, não se sabe em que período da história se deu o primeiro beijo – as primeiras referências datam de 2.500 anos antes de Cristo e estão esculpidas nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia. Embora com algumas, porém fatais exceções, como câncer de cabeça e pescoço, causado pela transmissão do HPV (vírus do papiloma humano) normalmente associado ao câncer do colo de útero, o beijo é benéfico para a saúde humana. Faz com que o corpo libere hormônios, que potencializam o sistema imunológico, acelera o metabolismo, o que significa emagrecer, e ajuda no combate a problemas dentários e sintomas de alergias.      
  Beijar chega a ser recomendado para dores causadas por doenças inflamatórias, como a artrite, problemas musculares e até mesmo enxaquecas. É também antidepressivo natural e combate o estresse, a tristeza, a angústia e a depressão, entre outros males. 
  Apesar de transmitir cerca de 40 mil bactérias, consideradas inofensivas e recebidas pelas defesas naturais da outra saliva, o beijo estimula a secreção natural da saliva, reduz o ácido causador da placa, cáries e outros tipos de problemas dentários.    
  Pelo seu movimento e pelas emoções que provoca, o beijo exercita até 30 músculos faciais e pode aumentar o batimento cardíaco até 140 pulsações por minuto. Por melhorar a autoestima, há consultores empresariais recomendando que se beije o companheiro (a) antes da jornada de trabalho, para melhorar o rendimento.  
  No entanto, mesmo sendo raras, há algumas doenças que podem ser transmitidas pelo beijo na boca, especialmente infecções bacterianas. A mais comum é a mononucleose infecciosa, conhecida como a doença do beijo, causada por vírus do herpes. É mais comum em adolescentes e jovens e seus sintomas são febre, dor de garganta e aumento dos linfonodos (ou gânglios linfáticos, que atuam na defesa do
organismo).   
  Se, de um lado o beijo não aumenta nem diminui as chances do surgimento de doenças bucais, especialmente cáries e gengivites, de outro, ele provoca a vaidade, que por sua vez estimula os cuidados bucais. Por exemplo, quando os adolescentes descobrem o beijo, começam a se preocupar com mau hálito e, consequentemente com a saúde bucal. Porém, dois fatores são fundamentais para evitar problemas dentários – higiene cotidiana bem feita e a constante visita ao dentista.
 
(*) Especialista em Dentística Restauradora e Prótese Dental, MBA em Gestão em Saúde, membro fundador da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (SBOE), da Academia Brasileira de Osseointegração (ABROSSI) e da Sociedade Brasileira de Reabilitação Oral (SBRO).

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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