Ontem (5 de setembro) foi o Dia Internacional da Mulher Indígena. A data homenageia Bartolina Sisa (1753-1782), uma indígena aymara que em 1781 participou, ao lado de seu esposo, Túpac Katari, de inúmeras revoltas contra a opressão colonialista espanhola. Bartolina esteve à frente da organização de batalhões de guerrilhas indígenas e grupos de mulheres em tarefas de resistência em diferentes cidades do Peru. Bartolina e Katari foram vencidos pelas forças espanholas e também pelas alianças que estabeleceram com os inimigos do casal. Foram presos e sentenciados à morte por enforcamento em 1782.
No Brasil e nos demais países da América Latina, é expressiva a presença de mulheres indígenas à frente de combates contra o desrespeito brutal exercido por parte dos governantes. De acordo com pesquisas da ONU, as mulheres são as principais vítimas de violências. A data poderia ter sido lembrada pelos órgão governamentais de apoio aos povos indígenas. Mas há um silêncio orquestrado por mãos que sustentam batutas da omissão e da letargia. Por outro lado, pelo Brasil afora, diversos eventos foram realizados por mulheres indígenas para repensar o futuro de suas vidas.
A lembrar de Daiara Tukano, militante do Movimento Indígena, por fazer um emocionante apelo para salvar o povo Guarani-Kaiowá, do Mato Grosso do Sul. Pediu a todos os brasileiros que divulgassem a dimensão do conflito de terras entre fazendeiros e indígenas que se iniciou na década de 1940, quando o povo Guarani-Kaiowá foi expulso de suas terras. “Agora no Mato Grosso do Sul se criou um Estado de Exceção no molde da ditadura militar. Foi mandada a Força Nacional, a Polícia Militar, a Polícia Federal, a Polícia de Fronteira para atuar como milícias para o genocídio indígena a favor dos fazendeiros, os donos do agronegócio. Eu quero dizer para vocês que se vocês não abraçarem essa causa, vocês não serão merecedores de suas bandeiras”.