O ex-deputado federal Nilson Leitão (PSDB), que disputou a eleição ao Senado, afirmou que uso irregular de dinheiro na campanha desequilibrou o resultado da eleição suplementar.
“Como qualquer democrata, eu reconheço a vitória do meu adversário [Carlos Fávaro], eu só não reconheço a forma, e nem o modelo utilizado. Mas, desejo que ele faça um bom mandato de senador porque o Mato Grosso tem pressa e o Brasil também”, afirmou.
Sem citar valores e nomes, Leitão disse que os "barões do agronegócio" gastaram muito dinheiro para eleger Fávaro.
“Aqueles que tinham o interesse de ter um senador para chamar de seu gastaram muito dinheiro. Eu não sou contra eles serem ricos, eu sou contra eles usarem a riqueza de forma ilegal para eleger alguém”, afirmou.
Leitão ainda sugeriu que muito dinheiro foi repassado a candidatos a prefeitos e vereadores, já que eleição suplementar ao Senado foi realizada em conjunto com a municipal e isso, segundo ele, criou um "exército" a favor do adversário.
"Foi muito dinheiro colocado, foi muito gasto. Dinheiro chegando nas mãos de candidatos a vereadores e prefeitos do Estado todo, o que é uma ilegalidade, e isso é claro que desequilibra uma eleição”, disse.
"Quem se propôs a fazer essa relação promíscua, porque não é formal, não é legal, teve um exército ao seu favor, trabalhando e levando seu número ao Senado para cada residência em Mato Grosso. Então, isso fez uma diferença enorme", acrescentou.
Eleições unificadas
Por conta disso, ele acredita que o país não está preparado para unificar as eleições.
“Não é possível você discutir as duas eleições numa só, porque alguém vai pagar essa conta e vai pagar isso com caixa 2. Isso [unificação] só vai potencializar o caixa 2 no Brasil e eu não tenho dúvida em afirmar que o uso de caixa dois foi usado de forma desacerbada nessa campanha”, afirmou.
Apesar das acusações, Leitão disse que não pretende entrar com uma ação por caixa 2 contra Fávaro.
"Não tenho essa pretensão, pelo menos por enquanto. Agora, se chegar alguma coisa nas minhas mãos, que cabe ação, nós entraremos. Mas, eu não tenho nem vontade de fazer isso não, eu respeito a urna, o povo escolheu de alguma forma".
"O modelo e a forma que ele [Fávaro] escolheu eu acho que é errado, mas se a Justiça não enxergou, se os órgãos de fiscalização não enxergaram, é preciso que enxergue", pontuou.