Opinião

Barbárie

Ai! vinde ver a transição dolente

Do passado ao porvir, neste presente!

Vinde ver do Amazonas o tesouro,

A onda vasta, os grandes vales de ouro!

 (Sousândrade /Joaquim de Sousa Andrade – O Guesa Errante, Canto Segundo, parte IV, Maranhão, 1832 — 1902)

 

Destino das nações originárias

Desta ameríndia inteira subalterna,

a dor que em cada qual palpita e hiberna,

no próprio chão tratadas como párias.

 

Vide o Amazonas! Guerras sanguinárias

Dessa barbárie – infinda Hidra de Lerna –

De si renasce e, enfim, se torna eterna,

Fonte de tanto horror, violências várias.

 

Mineração, garimpos, madeireiras

Do capital, o avanço das fronteiras

A conquistar as matas, rios, povos.

 

Ai! Vinde ver! Passado tão presente,

Os Yanomami, toda sua gente

A resistir, buscando rumos novos.

 

 Edir Pina de Barros é membro da Academia Brasileira de Sonetistas e da Academia Virtual de Poetas de Língua PortuguesaSeus poemas estão disponíveis em vários livros, antologias, revistas eletrônicas e nas mídias sociais.  É doutora e pós-doutora em Antropologia pela USP, professora aposentada (UFMT). Nasceu no Mato Grosso do Sul e hoje reside em Brasília. 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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