Paciente enterrado na areia quente no Oásis de Siwa (Foto: Reuters/Asmaa Waguih)
A areia quente do deserto parece o último lugar onde alguém quer estar, especialmente no calor intenso do verão. Mas, para alguns, estar enterrado até o pescoço na areia do Oásis de Siwa, perto das montanhas de Dakrour, no oeste do Egito, é sua última esperança de cura.
Os "banhos de areia" não são uma moda nova: trata-se de um tratamento tradicional. Os moradores locais dizem que banhar-se na areia seca pode curar problemas de saúde como reumatismo, dores nas articulações, infertilidade ou impotência.
A temperatura do ar no local chegou a 46ºC durante uma onda de calror que também atingiu o Cairo recentemente.
Os pacientes tiram suas roupas por volta das 13h ou 14h, logo antes de um funcionário ajudar a enterrá-los na areia. Eles ficam por ali de 10 a 15 minutos. Depois, eles seguem para tendas que foram expostas ao calor do sol, por isso funcionam como saunas. Lá, eles bebem chás quentes de erva com sementes. Os pacientes podem ficar nas tendas por quanto tempo quiserem.
"Sempre me sinto melhor aqui, é bom para a minha circulação, minha respiração e minha imunidade no geral", disse Raafat El-Fiqi, um professor de matemática e pesquisador de Alexandria. Ele tem o hábito de tomar banho de areia em Siwa há vários anos. El-Fiqi, que sofre de dor nas costas, diz que seu médico o incentivou a fazer o tratamento.
Depois de um dia na areia, os pacientes são levados a uma casa para se refrescarem e colocar uma roupa limpa antes do jantar. Eles não podem tomar banho por três dias depois do tratamento nem se expor ao ar gelado.
Pacientes com pressão alta ou doenças cardíacas não podem se submeter ao tratamento.
"Entre três e nove dias de banhos de areia são recomendados para sentir algum benefício", disse Isaid Al-Sayyed Haroun, dono e administrador do negócio. O tatamento custa entre 300 e 400 libras egípcias (entre R$135 e R$182) por dia, o que inclui acomodação e comida. Haroun diz que cerca de 20% de seus pacientes são mulheres.
Fonte: G1