“A princípio o objetivo dos indivíduos era a subtração do veículo, e a partir da subtração vislumbraram o poder financeiro da vítima, evoluindo para o sequestro”, a afirmação é do delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) Diogo Santana, ao falar da operação que resultou na prisão dos criminosos que sequestraram a empresária Milene Falcão Eubank, e a libertou na madrugada deste sábado (18). Ainda segundo o delegado, um dos ladrões chegou a orar um terço com a vítima que era mantida refém.
Em coletiva na manhã deste sábado na Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERFVA) a polícia falou como chegou ao bando e conseguiu libertar Milene que ficou por aproximadamente 12 horas sob poder dos criminosos.
“Foi uma ação integrada entre as polícias militar e civil junto com os setores de inteligência onde todas as informações eram colhidas, e repassadas onde conseguimos chegar aos autores do crime, e prender um a um”, informou o delegado da DERFVA Vitor Hugo Bruzulato Teixeira.
Ainda de acordo com os policiais que participaram da operação e busca a empresária, o bando agiu sem saber o que realmente fazer na situação.
“Eles realizavam saques de pequenas quantias, como mil reais, posteriormente quatrocentos reais, comprando garrafas de whisky gastando em conveniência, e apesar de já possuírem passagens pela polícia a maioria, o sequestro foi consequência de uma ação que seria apenas roubo de veículo”, informou o delegado Marcelo Torhacs.
Toda a ação segundo os policiais, eram orquestradas por um presidiário que se encontra detido na Penitenciária Central do Estado (PCE) e provavelmente pertence a facção criminosa Comando Vermelho em Mato Grosso.
Cerca de 80 policiais entre civis e militares participaram das buscas que duraram aproximadamente 12 horas.
PRISÕES
“A prisão só foi possível, graças a uma integração e ação muito forte da Polícia Civil no trabalho de investigação que conseguiu identificar apenas uma ou duas letras da placa de um veículo, e a partir dai conseguir identificar o proprietário e ir pegando um por um dos suspeitos até chegar no cativeiro”, comentou o delegado Luiz Henrique Damasceno.
Sete criminosos (duas mulheres e cinco homens) foram presos. Um casal foi preso no bairro CPA II, em um baile funk; outro casal preso no bairro Jardim Canaã; mais dois presos no bairro Ouro Fino, onde ocorreu a troca de tiro e baleou o policial civil e a última ação no bairro Centro América, local do cativeiro e prisão de sétimo suspeito.
Segundo a Polícia Civil, foram presos, Valdinei Pedroso de Almessi, conhecido pelo apelido de “Munrrá”, Mayke Siqueira de Oliveira, Davi Douglas Silva de Oliveira, vulgo ”Dinho”, Juciney Junior Pinheiro Leite, Vitória Aparecida Nascimento da Silva, e um casal menor de idade de 17 anos.
Dois ladrões estão foragidos, inclusive o criminoso que atirou contra o policial que se encontra em estado grave em um hospital de Cuiabá. O ladrão que cometeu a tentativa de homicídio já foi identificado como kelves Gonçalves da Silva, e já possui três passagens pela polícia e encontra-se na região do bairro Barro Branco, na saída do lixão da capital.
FAMÍLIA E VÍTIMA CALMAS
Ainda segundo a polícia, toda a ação desde o primeiro momento, contou com a colaboração da família que ajudou a polícia nas buscas, e qualquer informação que era recebida era repassada aos policiais, o que auxiliou o trabalho das forças de segurança, resultando na prisão dos criminosos e liberação da empresária.
Segundo o delegado Luiz Henrique Damasceno, no momento que entraram no cativeiro e encontraram o último suspeito, a empresária estava em um colchão deitada e sob vigilância do criminoso.
“Ela relatou que inclusive deu um terço para o suspeito, que realizou oração com o mesmo para comovê-lo e evitar qualquer tipo de agressão e ainda informou que ele estava calmo enquanto a vigiava e não agiu com violência”.
O delegado relatou que a vítima estava com uma pequena escoriação no braço e ao entrar no cativeiro o suspeito não esboçou nenhum tipo de reação e se entregou prontamente aos policiais.
A empresária após o ocorrido, agradeceu a polícia em um áudio enviado em grupos de redes sociais, ela diz que a todo instante ela tinha a certeza que sairia viva do local e que a segurança possui profissionais competentes e que honram a farda e são uma famíia. (Ouça o áudio).
POLICIAL BALEADO E VAQUINHA
O policial civil baleado em confronto com Kelves no bairro Ouro Fino, encontra-se internado e seu estado de saúde é considerado grave. Sidney Ribeiro dos Santos, é ex-sargento da Polícia Militar e ingressou na Polícia Civil no ano de 2014 e durante o confronto, foi baleado no rosto.
Policiais durante a coletiva, fizeram uma corrente de oração pela vida do policial. Primeiramente o delegado Vitor Hugo Bruzulato Teixeira agradeceu o empenho de todos os policiais envolvidos nas buscas e em seguida, pediu que se unissem e orassem um pai nosso pela vida do companheiro baleado. (Veja o vídeo).
Ao tomar conhecimento do fato, a família da empresária está realizando uma ‘vaquinha’ online para ajudar na recuperação do policial civil e pretende arrecadar a quantia de R$ 50 mil que será passada a família do agente baleado. Para participar da doação online, basta clicar aqui.
VÍDEO COM PRESOS E COLETIVA:
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