Mas as semelhanças param por aí. Não há como negar o carisma do Neto para comandar um programa de maneira mais descontraída, o que ajudou muito a controlar os diversos problemas técnicos que marcaram a estreia.
Apenas o apresentador tinha um microfone de lapela, todos os convidados ficaram com microfones de mão. Como o local de gravação – um camarote no estádio do Morumbi – é aberto, o som dos comentaristas ficava com eco, dava microfonia e, o pior, ficava um enorme ruído ao fundo por conta das pessoas que estavam assistindo à gravação e conversando.
Também faltou cadência aos assuntos do programa. O “Baita Amigos” teve uma estreia muito acelerada, os temas se atropelavam uns em cima dos outros, não havia qualquer tipo de pausa ou corte entre eles. Não dava para saber quando eles deixaram de falar da goleada do Santos para debater a crise do São Paulo ou a boa fase do atacante Luan no Cruzeiro.
Os comentaristas – Careca, Theo José, Velloso, Ronaldo, Mauro Beting e Henrique Guilherme nesse primeiro – demoraram a encontrar suas deixas e em muitos momentos falavam se atropelando, deixando a discussão ininteligível, mas isso também acontece nos programas do Neto na TV Aberta.
O ponto alto do programa foi o segundo bloco. O programa jogou no certo ao convidar o técnico do Corinthians. Tite é famoso por dar boas e sinceras entrevistas. Ele deu um bom ritmo ao responder individualmente os convidados, contou que Renato Augusto e Pato devem continuar como reservas, falou que pretende ficar mais dois ou três anos no clube.
O último bloco foi uma exaltação aos patrocinadores. Nada mais justo para uma estreia que mostrou ter potencial, mas de um programa que precisa ser melhor lapidado daqui para frente. Os apoiadores financeiros podem segurar a atração até ela encontrar o melhor formato e atrair uma boa audiência.
Uol Esporte