Há três semanas, aumentou em 24% o preço do diesel nas refinarias. Esse repasse foi definido pela Petrobras. Para o agronegócio, o impacto é grande e tem efeito cascata em outros segmentos.
O produtor rural Osvaldo Pasqualotto já vem sentindo esses efeitos econômicos na atividade da fazenda dele.
"Sem diesel, as fazendas não rodam. Aí não produz alimento e a cidade não come", disse.
Segundo ele, foi a primeira vez que o aumento veio como uma bomba. Afinal, os reajustes anteriores sempre foram gradativos, e neste último repasse, o aumento foi de uma vez só.
"Estamos ainda tentando digerir esse aumento, porque estávamos acostumados com um aumento de 3%, 4%, 5% e 10%, no máximo. Esse último aumento, devido à guerra na Ucrânia e ao preço internacional do petróleo, então a Petrobras aumentou em 24% o óleo diesel", contou.
Para Osvaldo, as medidas adotadas na fazenda dele buscam economizar ao máximo o gasto com esse combustível, apesar de ser necessário em praticamente todas as atividades.
"Isso tem um impacto grande. Aqui na fazenda, estamos tentando otimizar o maquinário e consumir o mínimo possível. Não desperdiçar nada. Essa é a primeira medida que estamos fazendo", disse.
Um exemplo na prática da alta do diesel está na colheitadeira, que consome por dia 500 litros. Há pouco mais de um mês, a despesa estava em R$ 2.500. Agora, está em R$ 3.500. Está com mil reais de diferença, mas os gastos não param de aumentar.
O dono de uma transportadora, Santo Bissoni, afirmou que a rotina foi totalmente modificada. "A rotina alterou bastante em relação ao aumento de combustível. Com isso, temos que refazer todas as nossas contas. Imediatamente contatamos nossos clientes e pedimos o reajuste do frete em relação ao aumento de preços. Em média, em torno de 15% de reajuste no frete", disse.
Para o caminhoneiro Maurício Silveira, a situação está complicada e projeta um cenário pessimista. "Está ficando cada vez mais difícil para nós, que somos empregados. Não sobra nada para o patrão. Nós estamos com os dias contados. Acho que vai vir uma grande massa de desemprego. Se você mexe no diesel, mexe no arroz, na carne, entre outros. O caminhão movimenta tudo. Se para um deles, um pedaço do Brasil para também", disse.