Plantão Policial

Áudio revela frieza dos assaltantes mortos após ataque ao Sicredi de Rondonópolis; Ouça

Com Cátia Alves, Cíntia Borges e Valquíria Castil

O delegado Claudinei Souza Lopes, da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Rondonópolis, e o delegado Ramiro Mathias Ribeiro Queiroz, gerente do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, divulgaram três áudios de conversas entre homens que assaltaram a agência do banco Sicredi do município no dia 10 deste mês de outubro. Todos foram mortos logo após a ação em troca de tiros com a polícia.

Na coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira (20), o delegado Claudinei contou que os áudios foram adquiridos pela equipe de investigação após a ação policial em que os bandidos foram mortos. "Um dos celulares que era do Thiago, nele tinha um aplicativo aonde ele gravava todas as conversas com interlocutores tanto das ligações efetuadas como das recebidas. Nesses arquivos detectamos áudios importantes, inclusive deles falando sobre a divisão dos valores após o roubo", relata o delegado.

Nas gravações é notório que o acusado, Thiago, se engradece da sua ação criminosa. "Ele fala que tinha agredido o vigilante do banco, roubado a arma de fogo do segurança. Ele se diz satisfeito em uma das ligações com um interlocutor que possivelmente seja outro assaltante dessa quadrilha", conta delegado.

Segundo o delegado, Thiago foi quem começou a disparar contra os policiais assim que as equipes chegaram até a residência para efetuar as prisões. “De forma covarde ele [Thiago] utilizou uma criança de quatro anos, filho da Eliete, que também foi atuada como escudo. Então, você vê que ele era um individuo calculista, não tinha medo de morrer. Mesmo ali, atirando contra os policiais, ele mandava que os policiais atirassem contra ele, batendo no peito, mandando que fosse alvejo, pois ele não tinha medo de morrer”, contou Claudinei. 

Após a troca de tiros, as equipes de políciais não esperaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para levar os assaltantes até o hospital e colocaram os corpos na caçamba da viatura. Um dos assaltantes sobreviveu e foi interrogado pela polícia no Hospital Regional de Rondonópolis. “De forma surpreendente ele relatou que se caso o Thiago não tivesse morrido no confronto ele mesmo iria mata-lo”, revelou o delegado. 

A quadrilha já estava há algum tempo nessa residência e foram reconhecidos como autores de outros assaltos. 

Além dos celulares ainda foi recuperado o valor R$ 34 mil, na residência onde a quadrilha se entrava. Foi roubado R$ 112 mil da Cooperativa de Crédito Sicredi.

Lembre o caso

Seis rapazes que assaltaram uma agência da cooperativa de crédito Sicredi da Vila Operária, em Rondonópolis (212 km ao sul), morreram em um confronto com policiais da Gerência de Operações Especiais (GOE), na tarde do dia 10 de outubro. Os criminosos estavam escondidos em uma casa quando foram surpreendidos pelos policiais civis, que estão na cidade em apoio às investigações do homicídio do padre, João Paulo Nolli.

Os bandidos, ao perceberem a presença policial, atiram contra os policiais que revidaram ação criminosa. Seis terminaram mortos e um ficou ferido.

A agência foi invadida na manhã desta segunda-feira por bandidos armados. Conforme imagens do circuito de segurança, dois deles já estavam dentro do banco, e o terceiro entrou armado pela porta giratória. Outros estavam do lado de fora dando apoio.

Um dos bandidos deu um soco e rendeu o segurança, anunciando o assalto. Funcionários e clientes foram feitos reféns, enquanto os bandidos retiravam dinheiro dos caixas.

Confira e ouça o teor das conversas.

ÁUDIO 01

 

Assaltante 01 – Eai Kaue?

Assaltante 02 – Como ta ai?

Assaltante 01 – an?

Assaltante 02 – O cara empatou lá com ocê? Como foi o bagulho lá? [risos]

Assaltante 01 – Eu sai no braço com ele irmão. Eu tava desarmado ué.

Assaltante 02 – Mais ele reagiu?

Assaltante 01 – Reagiu, só que eu dei um murro nele ele tonteou não tem?

Assaltante 02 – Ai você tomou ‘caneta’?

Assaltante 01 – Ai eu tomei o bagulho geral ai quando o guri entrou eu já tinha puxado o bagulho. Tava com o bagulho na mão já.

Assaltante 02 – É?

Assaltante 01 – Oxê, o bagulho comigo é doido irmão. Eu não falei pra você que eu sou bomba?

Assaltante 02 – [risos]

Assaltante 01 – Nunca viu um bomba na sua frente? Não é bom querer ver não, porque eu puxo o colete de tudo memo.

Assaltante 02 – [risos] Eu tô ligado.

Assaltante 01 – Tô nem ai pro dia de amanhã não o que importa é o hoje.

Assaltante 02 – Ta de boa veio, ta de boa.

Assaltante 01 – Nois tamo contando aqui e já tem mais de R$ 50 mil.

Assaltante 02 – Tem mais de R$ 50 mil?

Assaltante 01 – Tem mais de R$ 50 mil. Nois tamo contando fica de boa aí

Assaltante 02 – Escuta, quanto já tem aí?

Assaltante 01 – Mais de R$ 50 mil sendo contado.

Assaltante 02 – É nois irmão.

Assaltante 01 – É nois irmãozinho. Fica na fé gurizão.

Assaltante 02 – Se vira ai.

Assaltante 01 – Beleza.

 

ÁUDIO 02

Homem 1 – E ai, meu guri?

Homem 2 – E ai, ???, como é que tá?

Homem  1 – De boa, e ai?

Homem 2 – E ai que nós pegamos R$100mil

Homem 1 – Hã?

Homem 2 – Pegamos R$100 mil no banco

Homem 1 – Ta pô?

Homem 2 –  Deu R$16.600 para cada

Homem 1 – “Tapô”, teve bastante gente, então?

Homem 2 – Tava em sete, só que quem tava dentro do banco só era três

Homem 1 – Ah ta!

Homem 2 – (???) Tem quem dá o canal, tudo isso. Entendeu?

Homem 1 – Aham

Homem 2 – Seu papai saiu no braço com segurança, mas o segurança não aguentou seu papai, não.

Homem 1 – Aguentou não?

Homem 2 – Não, só foi um (?) ele chegou a cuspir.

Homem 1 – …

Homem 2 – Deu um no meio da boca dele que chegou a cuspir, guri. Na hora que ele cuspiu, eu tomei o ferro dele, rendi já. O outro guri já entrou com outra peça, passaram na boqueta e nós ‘boto’ o terror, tiozão.

Homem – Você não ganhou nenhum ferro (arma)? Não vai ficar com nenhum?

Homem 2 – Não… Eu ganhei o ferro de um cara lá, mas o ferro é de outros guri, mas é pra nós trabalhar mesmo. Na hora que eu quiser (???)

Homem 1 – Mas tá sossegado ai?  Não tem nada embaçado, não?

Homem 2 – Não, eu tenho um caso já. Tô com dinheiro no bolso, porque se o bagulho der merda, eu saio pulando o muro e a vida aperta. Tô com o ferro na quinta (?)

Homem 1 – Ahamm

Homem 2 – Cê fica na qui, e qualquer coisa eu ligo procê.

Homem 1 – O cê não vem.. Vai vim quando?

Homem 2 – De hoje para amanhã. Aguenta a mão.

Homem 1 – Qualquer coisa ligo procê, camarada.

Homem 2 – Falow

 

ÁUDIO 03

Assaltante 01 – E aí meu truta.

Assaltante 02 – E então, irmão, como é que tá?

Assaltante 01 – Deu certo?

Assaltante 02 Tudo pá. Tudo de boinha.

Assaltante 01 – Contou, já?

Assaltante 02 – Na contagem aqui.

Assaltante 01 – Quanto, mais ou menos?

Assaltante 02 – Tem mais de 60 já.

Assaltante 01 – É mesmo, o baguio foi louco meu truta?

Assaltante 02 – Sou de menor, não tenho medo de matar, vai tomar pipoco mesmo.

Assaltante 01 – Boto fé. De parte vai sair quanto, de parte.

Assaltante 02 – De 15 a 18 por aí, pra cada.

Assaltante 01 – Você tá ligado, né?

Assaltante 02 – Meio a meio, você está ligado.

Assaltante 01 – Deixa eu falar pra você, irmão. Eu estou tentando fazer um rolo, meu povo vai subir pra aí, não sei se vai fazer mais um corre aí, os cara tão querendo trampar mais.

Assaltante 02 – Hoje não, eu vou descer pra Barra. Hoje não.

Assaltante 01 – Você vai descer hoje pra cá?

Assaltante 02 – Hoje, não.

Assaltante 01 – Então, vai subir pra pegar aí. Aí depois você certinho quanto é.

Assaltante 02 – Pode crer, é nóis.

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Sandra Carvalho

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