Representantes do Ministério Público Estadual, de associações e sindicatos ligados à rede de ensino, professores, pais e alunos realizaram uma audiência pública, na Escola Estadual Mário de Casto, no bairro Pedra 90, para discutir o aumento da violência nas escolas públicas da região e quais os meios de enfrentá-la.
Entre os problemas relatados pelos participantes durante a audiência estão as drogas. Apesar do consumo dentro das escolas ter reduzido, os traficantes agem fortemente no sentido de aliciar os estudantes, potenciais consumidores. Outro fator que preocupa os educadores é a ausência cada vez maior dos pais, que delegam 100% da tarefa de educar para a escola, o que agrava mais ainda a situação, já que é impossível para os professores assumirem sozinhos este papel.
Para se ter uma ideia da dimensão do problema, na escola onde foi realizada a audiência estão matriculados, atualmente, 2.049 alunos, divididos no ensino fundamental (a partir do 4º ano), ensino médio e Educação para Jovens e Adultos (EJA). Todos os pais foram convidados para participar do encontro. Porém, menos de 5% compareceu a audiência.
O promotor de Justiça, Miguel Slhessarenko Júnior, destaca a importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos. “Sabemos que a violência não é da unidade escolar, ela é da comunidade que acaba refletindo dentro das escolas. Quando os pais se envolvem na educação dos filhos eles passam a se importar com os problemas do bairro onde moram, porque sabem que aquilo vai refletir no ambiente escolar”.
De acordo com ele, a audiência pública visa colher contribuições da comunidade local, sobre como enfrentar o problema da violência nas escolas. “Esta reunião foi feita aqui, porque daqui originou-se uma demanda do Conselho Comunitário de Segurança do Bairro Pedra 90 para cuidarmos, para tomarmos providências quanto a violência excessiva na unidade Mário de Castro. Viemos aqui coletar sugestões da comunidade que está diretamente envolvida com estes problemas no dia a dia para tomarmos providências, fazermos recomendações, provocarmos o poder público, aperfeiçoarmos as políticas públicas de atendimento de erradicação de violência nas escolas e solucionar estes problemas dentro do ambiente escolar e na comunidade do Pedra 90”, destacou o promotor.
