Poucas horas antes de Israel lançar ataques ao Irã na madrugada desta sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda segurava os frágeis fios de esperança de que uma disputa antiga sobre o programa nuclear de Teerã pudesse ser resolvida sem ação militar.
Mas, com a operação militar israelense em andamento, algo que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirma que continuará “por quantos dias forem necessários”, Trump será novamente testado em sua capacidade de cumprir a promessa de campanha de manter a agenda “America First”, ou “América Primeiro”.
A primeira reação o governo republicano ao ataque israelense não veio de Trump, mas do secretário de Estado, Marco Rubio. Ele deixou claro que os EUA “não estão envolvidos” e que a preocupação central da gestão era proteger as forças americanas na região. Os EUA agora estão realocando recursos militares, incluindo navios, no Oriente Médio, buscando se proteger contra possível retaliação de Teerã, segundo dois oficiais americanos que falaram sob condição de anonimato.
À medida que Israel intensificava os planos para os ataques nas últimas semanas, o Irã já havia sinalizado que responsabilizaria os EUA caso houvesse um ataque israelense. O aviso foi feito pelo ministro das Relações Exteriores iraniano, Seyed Abbas Araghchi, mesmo enquanto ele participava de negociações com o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, sobre o avanço acelerado do programa nuclear de Teerã.
Na quinta-feira, poucas horas antes dos ataques, Trump afirmou que ainda havia tempo para a diplomacia, mas que ele estava se esgotando. Witkoff ainda planeja ir a Omã neste fim de semana para as negociações sobre o programa nuclear de Teerã, mas não está claro se os iranianos participariam, segundo autoridades americanas que falaram sob condição de anonimato para descrever discussões diplomáticas privadas.