Internacional

Ataque terrorista contra restaurante em Burkina Faso deixa 18 mortos

 

Um ataque executado por supostos extremistas contra um restaurante na capital de Burkina Faso neste domingo à noite deixou 18 mortos, informou o governo nesta segunda-feira, ao anunciar o fim da operação das forças de segurança contra os criminosos.

O “ataque terrorista” contra o restaurante Istanbul também deixou vários feridos e terminou com dois criminosos mortos, informou o ministro da Comunicação, Remis Dandjinou.

O número total de envolvidos no ataque não foi determinado até o momento.

O ministro informou, no entanto, que as operações de “rastreamento e verificação de imóveis adjacentes” prosseguiam nesta segunda-feira.

A troca de tiros chegou ao fim às 5H00 (2H00 de Brasília).

Antes do anúncio sobre o final do ataque, Dandjinou afirmou que várias pessoas eram mantidas como reféns e que algumas haviam sido liberadas, sem revelar detalhes.

O ministro mencionou vítimas “de diferentes nacionalidades”. Ao menos uma pessoa de nacionalidade francesa e outra de nacionalidade turca estão entre os mortos, de acordo com os respectivos governos.

O restaurante Istanbul fica a 200 metros do café Cappucino, que em janeiro de 2016 foi alvo de um violento ataque extremista, reivindicado pela Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI) e que deixou 30 mortos e 71 feridos, em sua maioria estrangeiros.

“De acordo com testemunhas, pelo menos dois criminosos chegaram de moto às 21H00, armados com fuzis kalashnikovs, e abriram fogo contra o restaurante Istanbul”, declarou à AFP um policial que pediu anonimato.

– Ação das forças de segurança –

Um garçom do restaurante afirmou que viu quando “três homens desceram de um jipe às 21H30 e abriram fogo contra os clientes” do Istanbul, que é muito frequentado por estrangeiros.

Depois de isolar a área do restaurante, as forças de segurança iniciaram uma operação às 22H15 locais contra os criminosos entrincheirados no restaurante.

Os tiros, intensos no início da ação, se tornaram esporádicos após algumas horas.

Um vídeo publicado no Twitter mostra várias pessoas correndo e gritando pelas ruas. Poucos segundos depois é possível escutar os tiros.

Na manhã desta segunda-feira o perímetro ao redor do restaurante permanecia fechado. Uma unidade especializada da polícia foi enviada ao local para obter mostras para a investigação e iniciar a identificação das vítimas.

Os feridos foram levados para o hospital Yalgado Ouedraogo.

“Estamos lotados”, admitiu um cirurgião, que pediu anonimato à AFP.

“Recebemos uma dezena de feridos, três deles morreram. A situação de outros feridos é muito crítica”, completou.

O prefeito de Uagadugu, Armand Béouindé, anunciou que o ministro da Segurança, Simon Compaoré, e o ministro da Energia, Alpha Omar Dissa, seguiram para o local do ataque.

Burkina Faso, país que tem fronteira com Mali e Níger, foi cenário de vários ataques jihadistas desde 2015.

O mais violento, em janeiro de 2016, teve como alvos o hotel Splendid e o café Cappuccino, com um balanço de 30 mortos.

Em dezembro do mesmo ano, 12 soldados morreram em uma ação contra um regimento na região norte do país. Dois meses antes, quatro militares e dois civis morreram em um ataque.

O país do oeste da África, pobre e sem acesso ao mar, repetiu diversas vezes a necessidade de trabalhar para “lutar contra o terrorismo” em conjunto com a vizinha Costa do Marfim, também afetada por um atentado jihadista em 2016 que deixou 19 mortos.

 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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