Política

Assembleia Legislativa poderá formar sua primeira bancada evangélica

A Assembleia Legislativa poderá ter na próxima legislatura uma mini-bancada evangélica. A reeleição de Sebastião Rezende e as entradas de Xuxu Dal Molin e Thiago Silva somam número o suficiente para a classificação de grupo de deputados eleitos por representatividade de viés religioso. Caso ocorra, será a primeira vez que a Casa terá uma formação com esse cunho.

A eleição de Xuxu Dal Molim aumentou a representação de filiados ao PSC (Partido Social Cristão) na Assembleia Legislativa. Sebastião Rezende, que exercerá seu terceiro mandato de deputado estadual. A legenda de tamanho nanico chegou às eleições gerais impulsionada pelo bom desempenho nas eleições municipais 2016 em Cuiabá, com a eleição de dois candidatos para vereador. Ambos são membros da Assembleia de Deus.

Outro ponto em comum dos eleitos é a base eleitoral no interior de Mato Grosso. Sebastião Rezende vem de Rondonópolis e tem exercer a função de pastor na igreja. Xuxu Dal Molin teve sua base em Sorriso, onde também tem destaque em cargo de direção no templo em que cultua.

Thiago Silva é filiado ao MDB, antigo PMDB, e também tem lastro na vida política. Ele foi eleito para a Câmara de Rondonópolis em 2016. A atuação dos três em temas religiosos é tímida. O viés de suas crenças aparece mais em propostas de homenagem a membros de suas respectivas congregação.

No caso de Sebastião Rezende, houve manifestação pública da Assembleia de Deus em abril do ano passado. A direção da igreja evangélica saiu em defesa de seu fiel após citação do nome dele pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, em lista de 33 parlamentares beneficiados por esquema de fraude na Casa.

A igreja rechaçou a declaração de que Rezende tenha participação de esquema recebimento de propina entre 2005 e 2009. O caso é investigado pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá.

Relação

A aproximação da igreja com a cúpula política em Mato Grosso na década de 1980. O governo de Júlio Campos ajudou a Assembleia de Deus a reerguer o teto da sede estadual da igreja, o Grande Templo, após queda quando o obra estava em estágio de conclusão.

Desde então, as conversas entre líderes políticos e líderes evangélicos têm sido frequente, com lançamento de candidatos próprios ou com acordo para apoiar determinado candidato externo.

A eleição de três candidatos nas eleições 2018 foi favorecida tanto pelo histórico com a cúpula político quanto pelo momento de afloramento de ideias pelo qual passa o Brasil. Mas, o analista político Onofre Ribeiro diz não ver força da igreja para emplacar um viés religioso nos trabalhos no Legislativo.

“É a primeira vez que Mato Grosso poderá formar uma bancada no Legislativo com membros evangélicos. Mas, não hoje a função deles lá. Não sabemos o que eles pretendem e qual linha de trabalho em comum”.

Ele questiona a justificativa de que o número de evangélicos eleitos represente em Mato Grosso maior manifestação de conservadorismo. “Mato Grosso sempre foi conservador, não é de hoje. O momento pelo qual dizem que o país está passando não tem reflexo em Mato Grosso. Não creio que seja uma intensificação”.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões