Opinião

As Andorinhas, de Paulina Chiziane

Paulina Chiziane nasceu em Manjacaze (Moçambique) e é autora de inúmeros trabalhos literários, tendo sido a primeira mulher moçambicana a escrever um romance. No caso, Balada de amor ao vento, de 1990. Autora premiada, Chiziane tem vários dos seus trabalhos nos Estados Unidos, Europa, no Brasil e em Cuba; por exemplo. As temáticas exploradas por Chiziane na sua obra não se apartam da sua história de militante política em Moçambique, nem da sua luta pela emancipação da mulher.

Da obra de Paulina Chiziane, elencamos Ventos do Apocalipse (1992), O sétimo juramento (2000), Niketche (2002), O alegre encanto da perdiz (2008), As heroínas sem nome (2008), em parceria com a escritora angolana Dya Kassembe; As Andorinhas (2009),  Quero ser alguém (2010), Mão de Deus (2012), coprodução com Maria do Carmo da Silva; Por quem vibram os tambores do além (2013) e Eu, mulher… por uma nova visão do mundo (2013), entre outros.

Em As Andorinhas a escritora moçambicana Paulina Chiziane (2009) convida para seu texto, narrativas de tradição oral que circulam em diferentes espaços e tempos.  As Andorinhas, obra constituída de três contos, sendo o primeiro “Quem manda aqui?”, “Maundlane, o Criador” e “Mutola”. O livro é dedicado à memória de Ricardo Chiziane e conta, ao final, com um pequeno glossário com termos da cultura Chope. 

O conto “Quem manda aqui?” toma por base a história de Gaza, atual Moçambique, quando esteve sob o reinado do ditador Frederico Gungunhana (1850-1906), cognominado o Leão de Gaza. “Maundlane, o Criador”, por sua vez, tem como figura principal Eduardo Chivambo Mondlane (1920-1969), um dos fundadores e primeiro presidente da FRELIMO – Frente de Libertação de Moçambique, grupo do qual a própria Chiziane fez parte, e que lutou pela libertação de Moçambique do domínio português. O terceiro conto, denominado “Mutola” (p. 89-95) é uma narrativa na qual Paulina Chiziane retoma a metáfora da águia e da galinha, para nos contar a história de Maria de Lurdes Mutola. A literatura da autora de Niketche é um indicativo da boa literatura que vem de Moçambique.

Redação

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