Uma vez perguntaram a Cristo o que devia ser feito para se falar com Deus. A pergunta, vinda de um religioso da época, era proposital e a resposta já era imaginada em sua cabeça, resposta essa que já tinha até mesmo uma refutação construída em sua mente. Jesus descontruiu toda a sua idealização de discussão quando, sabiamente, afirmou: “Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando orardes, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á.” (Mateus 6:5,6).
Orar, acreditar, confiar, louvar, adorar são atos que não podem ser meios de autopromoção, vanglória pessoal ou de endeusamento de si. Ninguém é diferente ou merecedor de louvores por ser médium em uma casa kardecista ou umbandista, ninguém é superespecial por fazer parte de um grupo da igreja ou por ser parente, amigo do padre ou do pastor. Na verdade, a busca pelo espiritual deve ser uma manifestação de humildade, de reconhecimento da necessidade que temos do espiritual em nossas vidas. Não louva nem busca ao espiritual aquele que faz de suas manifestações de fé um show para ser visto, aplaudido e reconhecido; aquele que assim faz já tem no reconhecimento material de suas obras o seu lucro recebido.
Acho que Jesus já sabia que bola a terra iria virar, e lá, há 2000 anos, já dizia “… muitos pregam em meu nome nas esquinas, mas me encontro longe de seus corações…”, afinal de contas, nunca se viu tantas e tantas correntes religiosas como em nosso século. É verdade, devemos concordar que muitas delas são frutos de experiências reais e verdadeiras de alguns com a espiritualidade que lhes assiste, mas, se assim o é com algumas, outras tantas milhares são, ou se tornaram, apenas palcos de show em que líderes se apresentam como mensageiros do Alto; Cristo já havia previsto… Acima de qualquer julgamento, precisamos, nós mesmos, avaliar como anda nossa verdadeira fé, sim, a fé verdadeira que apenas nós mesmos sabemos quando a estamos vivendo. Talvez faça tanto tempo que ela não aparece que pode ser que nem a consigamos reconhecer mais, no entanto, o sentimento sincero e verdadeiro tem a capacidade transcendental de trazê-la viva para junto de nós. Que a sintamos, a vivamos, tomemos com ela um café e não a deixemos nunca se afastar de nós, afinal, melhor um diamante sem lapidação do que um cristal lapidado metido a diamante. Quem tem, tem; quem não tem está na hora de buscar.
Salve!