Entre os dias 7 e 11 de abril, os 16 árbitros e 27 assistentes passaram por diversos testes médicos, físicos e técnicos para que fosse possível conhecer suas atuais condições.
O aspecto técnico do treinamento apresentou uma abordagem com um novo ângulo: uma análise em vídeo de situações de jogo, com o objetivo de oferecer uniformidade e coerência, e exibir as mudanças na mentalidade tática. Os árbitros também tiveram a chance de expressar seus pontos de vista, trocar opiniões a respeito de sua leitura do jogo e entender maneiras diferentes de pensar.
"Isso aqui realmente se resume em 'uniformidade e coerência'", explicou Mark Geiger, juiz dos EUA. "Os árbitros vêm de todas as partes do mundo, com muitos estilos e personalidades diferentes. Por isso, é importante para nós estar falando a mesma língua quando o torneio começar em junho. Precisamos enxergar o jogo do mesmo jeito para que, não importa qual árbitro esteja em campo, a partida seja apitada igual".
Jogadores sub-17 e sub-18 do Zurique foram usados para praticar e simular diversas situações de jogo para que os árbitros pudessem chegar à desejada uniformidade no processo decisório e em seu posicionamento. O diretor de Arbitragem da FIFA, Massimo Busacca, conceituado ex-árbitro da entidade, conduziu o seminário intensivo, que incluía diversas sessões práticas e teóricas.
Sandro Ricci, que viajou do Brasil para participar do evento, foi só elogios ao nível de preparação proporcionado. "É uma grande oportunidade para que todos nós troquemos experiências. Estamos todos nos preparando para esta Copa do Mundo, que será única. Por isso, estamos conversando e aprendendo muito juntos. Tenho certeza de que eu e meus colegas estaremos bem preparados para este desafio", disse o árbitro do Distrito Federal.
Assim como no seminário de março, o fair play foi o principal foco, já que a proteção dos jogadores e da imagem da modalidade foi a prioridade ao longo da semana. Busacca enfatizou a importância deste ponto para a Copa do Mundo. "Para mim, é uma das mensagens mais importantes que precisamos dar ao mundo e aos jogadores. Iremos ao Brasil, um dos países mais famosos e importantes do futebol", disse o suíço.
"Precisamos ter fair play e respeito. As situações podem acontecer em menos de um segundo para um árbitro, e às vezes eles não têm o melhor ângulo. Por isso, é importante colaborar. Os jogadores têm que entender que o futebol é uma coisa que precisar ser curtida, e não destruída. Às vezes, se não existe fair play, para um árbitro é muito difícil tomar a decisão certa", concluiu.
FIFA