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Arábia Saudita lança operação militar no Iêmen

A Arábia Saudita lançou uma operação militar no Iêmen contra os rebeldes huthis, informou nesta quarta-feira (25) o embaixador saudita em Washington, Adel Al Jubeir.

"A operação visa a defender o governo legítimo" iemenita dos grupos radicais, assinalou o embaixador em entrevista coletiva. Segundo ele, a milícia xiita dos huthis tem controle da Força Aére do Iêmen.

Mais cedo nesta quarta, o ministro das Relações Exteriores do Iêmen pediu uma intervenção militar árabe urgente em seu país.
A operação envolve a participação de outros países, incluindo as nações do Golfo Árabe, e o lançamento de ataques aéreos. Não será limitada a uma cidade ou região em específico.

O embaixador também disse que consultou os Estados Unidos sobre a operação, e que o país não participa desta operação, mas apoia a Arábia Saudita. Após seu pronunciamento, a Casa Branca divulgou que o presidente Obama autorizou apoio de logística e de inteligência para apoiar a Arábia Saudita na operação.

O Egito divulgou que oferece ajuda militar e política, com participação aérea, naval ou terrestre, de acordo com a agência de notícias estatal.

Poucos minutos depois do anúncio do embaixador, as agências de notícias começaram a reportar relatos de residentes sobre ataques aéreos ao aeroporto da capital Sanaa. A cidade e controlada pela milícia huthi desde setembro.

Aden
Recentemente os rebeldes huthis reforçaram controle da cidade de Aden, onde está refugiado o presidente Abd Rabbu Mansour Hadi. O embaixador saudita recusou a dar qualquer detalhe sobre o paradeiro de Hadi.

Nesta quarta, aliados dos rebeldes xiitas assumiram o controle do aeroporto da cidade do sul do Iêmen.
O cerco está se fechando sobre a grande cidade do sul, com as milícias xiitas apoiadas pelas tropas leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, a apenas 40 km de distância.

Os huthis afirmaram ter capturado o ministro da Defesa, general Mahmud el-Subaihi, na cidade de Huta, capital da província de Lahej, vizinha da de Áden. Ele teria sido levado à capital Sana, segundo o porta-voz dos rebeldes xiitas, Mohamed Abdessalam, citado pelo canal Al-Massira.

Crise interminável
O Iêmen é um país desestabilizado por uma crise interminável atiçada por uma milícia xiita e pelos jihadistas sunitas da Al-Qaeda.

Desde a insurreição popular de 2011, no âmbito da Primavera Árabe, que levou à queda do presidente Ali Abdullah Saleh, o poder central foi marginalizado por dois potentes grupos militares-religiosos que souberam aproveitar os acontecimentos para aumentar sua influência.
O primeiro, o movimento Ansarullah, recruta novos membros dentro da comunidade zaidita, um braço do xiismo que representa um terço da população do Iêmen.

Confinado no norte do país, nasceu como um movimento de protesto contra a marginalização dos zaiditas por parte do poder e pelo proselitismo sunita do partido islamita Al-Islah no norte do país.

Este grupo, inspirado no Hezbollah libanês e suspeito de receber o apoio do Irã, se concentrou em Sanaa em setembro de 2014 e estendeu sua influência ao oeste e ao centro do Iêmen. Se apoderou da capital em 6 de fevereiro.

Dirigido por Abdel Malek al-Huti, é suspeito de querer estabelecer o regime real do imanato (dirigido por imãs) zaidita abolido em 1962.
Al-Qaeda sempre presente

A Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA), fruto da fusão em 2009 dos braços saudita e iemenita da rede sunita, é considerada pelos Estados Unidos um dos grupos jihadistas mais perigosos.

Muito presente no sul e no sudeste, a AQPA multiplica os atentados e ataques, provocando muitas perdas no exército. O grupo também capturou diversos estrangeiros.

A AQPA reivindicou o atentado de 7 de janeiro contra a redação da revista satírica francesa Charlie Hebdo.
Apesar dos esforços das forças de segurança e dos ocidentais, a Al-Qaeda está se confirmando cada vez mais como a única força capaz de frear o avanço do Ansarullah.

Recrutando sunitas e agindo às vezes em cooperação com tribos hostis ao Ansarullah, a AQPA reivindicou desde setembro diversos atentados contra xiitas.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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