Contabilizando na faixa de toneladas, Mato Grosso registra aumento em apreensões de drogas na comparação dos oito primeiro meses de 2015 e 2016. De acordo com dados da Secretária de Estado e Segurança Pública (Sesp), houve um aumento de 22,8% no agrupamento das apreensões de maconha, crack, pasta base e cocaína. Destaque para apreensão de pasta base, que deu um salto de 80% na comparação com o ano anterior.
Ainda segundo os dados da Sesp, as apreensões de cocaína também tiveram um acréscimo de 10%. A maconha se manteve na faixa de 3,2 toneladas apreendidas. Se somados essas drogas citadas, até agosto de 2015 foram apreendidos um total de 6.318.934 kg. Já no mesmo período de 2016, esse dado saltou 22,8%, com um total e 7.762.799 quilos de droga apreendido e Mato Grosso.
É cocaína
Os números continuam subindo e a previsão é que as apreensões de 2016 superem as do ano passado. Como no caso ocorrido na última quarta-feira (21.09) onde o soldado reformado do Exército Brasileiro, Gilson Ferreira da Rocha de 46 anos, foi preso pela Polícia Federal (PF), suspeito de tráfico de drogas, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. O irmão dele, João de Souza Rocha, de 38 anos, também foi preso na ação.
Segundo a PF, os irmãos mantinham um depósito onde funcionava uma espécie de laboratório para manipulação de drogas. Foram encontrados no local 7,7 kg de cocaína.
De acordo com o superintendente da PRF, Arthur Nogueira, o tráfico paga melhor para quem trafica cocaína. “Uma pequena quantidade de cocaína equivale a uma bem maior de maconha. Quem trafica a cocaína é obviamente melhor pago do quem meche com maconha”.
Segundo ele, é bastante comum abordagens de ‘mulas’ (pessoas que são pagas para transportar drogas) em ônibus de viagens e que na maioria dos casos a droga está escondida em caixas, malas e longe do proprietário.
“A cocaína entra pela BR-070, na região de Cáceres, fronteira com a Bolívia. Em ônibus de viagens. Algumas vezes os transportadores colocam junto ao corpo amarrado com fita crepe para tentar despistar a polícia”, explica.
Segundo Arthur, qualquer um pode ser suspeito de estar realizando o tráfico de drogas. “Não há mais perfil, são homens, mulheres com crianças, adolescentes e até mesmo idosos. Em praticamente todas as situações são pessoas desesperadas em busca de dinheiro fácil”.
Segundo a Sesp 1.419.435 kg de cocaína foram apreendidos de janeiro a agosto e 2015. No mesmo período deste ano foram 1.573. 307 kg.
É Maconha
Também virou dado estático uma grande apreensão de maconha realizada em na propriedade rural de Márcio Gonzaga Dias, 37 anos, candidato a vereador por Cuiabá pelo partido PT do B.
Ele e outras 13 pessoas foram presas um uma tonelada da droga. A apreensão aconteceu no dia (15.09) em uma chácara na região da Ponte de Ferro em Cuiabá e se deu após investigações de policiais do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM).
Também foi detido Cicliênio Lourenço de Araújo, 35 anos, que usa tornozeleira eletrônica do sistema penitenciário e é suspeito de integrar o Primeiro Comando da Capital (PCC) de São Paulo.
Na propriedade rural estavam o candidato a vereador, que é proprietário do local, 3 mulheres, um idoso de 90 anos, e outros homens. No total, 14 pessoas foram conduzidos para a Central de Flagrantes. Laudo da perícia aponta 1.096,285 kg de maconha.
“A maconha entra no país pela divisa do Paraguai/Bolívia com o Estado do Paraná e Mato Grosso do Sul, ai sobe até chegar em Mato Grosso, entrando na divisa do município de Sonora com Itiquira”, informa o superintendente da PRF, Artur Nogueira.
Segundo Arthur, os transportadores da droga variam rotas para fugirem de estradas onde abordagem policial é constante. “Alguns estão fazendo o trajeto pela BR-364, entrando por Chapadão do Sul e saindo já na divisa com Goiás. Eles fazem percursos alternativos para sair de rotas batidas pela pelos policiais”.
De acordo com dados da Sesp, nos oito primeiros meses de 2015 foram 3.275.968 quilos de maconha apreendidos. Já no mesmo período de 2016, foram 3.263.819.
Já a cocaína, foram apreendidos 1.419.435 kg de janeiro a agosto e 2015. No mesmo período de 2016 foram apreendidos um total de 1.573. 307 kg; uma acréscimo de 10,8%
“A PRF tem investido muito em tecnologia e tem sistemas que facilitam a identificação de veículos que estejam transportando drogas. Se não estamos igual a criminalidade, estamos a frente”, relata Arthur Nogueira, sem dar detalhes dos meios por questões de segurança.