Política

Aposentados pedem que governador sancione PLC 36: “Por tudo que é mais sagrado”

Os aposentados de Mato Grosso, representados por Cleci Machado, servidora aposentada da Educação, fizeram, por meio de um artigo, um apelo para que o governador Mauro Mendes (DEM) sancione o Projeto de Lei Complementar 36, que institui a alíquota de 14% apenas àqueles que recebem valores acima do piso do INSS. Com texto apelativo, a servidora clama: “Não tire de onde faz falta”.
 
O PLC foi aprovado em segunda votação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) na última segunda-feira (14), após longos meses de discussão. Depois disso, Mauro chegou a dizer que os deputados haviam feito uma “presepada”. Ele ainda precisa sancionar o PLC.
 
“Pedimos, senhor governador, que ouça a voz do povo e sancione o Projeto de Lei nº 36/2020. Não tire de onde faz falta! Não sacrifique àqueles que contribuíram com o desenvolvimento do Estado ao longo de uma vida de dedicação e entrega ao serviço público e à sociedade.  Não permita que uma injustiça deixe de ser corrigida e que nossa categoria padeça”, diz trecho do artigo.
 
“O que queremos dizer é que o senhor pode elevar esse Estado gigante ao mais alto pedestal sem nos penalizar. Pedimos apenas que pense como o líder que é, lembrando sempre um líder deve valorizar os seus seguidores. Sendo assim, por tudo que é mais sagrado, nos valorize! Honre o suor, as lágrimas e as renúncias que deixamos pelo caminho!”, completa Cleci.
 
A aposentada ainda agradeceu aos deputados, que votaram à favor do PLC. Em segunda votação, houve unanimidade entre os parlamentares pela aprovação. “Foi uma longa e árdua batalha e, no decorrer dessa jornada, alguns destes nobres seres humanos, escolhidos para nos representar, estiveram conosco desde o início. Outros decidiram se aliar já durante a luta. A estes, reforçamos: seu apoio foi fundamental! Há ainda os que perceberam a injustiça recentemente, e acreditem, suas iniciativas tiveram valor imensurável”.
 
PLC 36
 
O PLC, de autoria de Lúdio Cabral (PT), foi aprovado em primeira votação no último dia 24 de setembro, e em segunda votação, por unanimidade, dia 14 de dezembro. A proposta acaba com a cobrança da alíquota previdenciária para aqueles que ganham até o teto do INSS, de R$ 6,1 mil, revogando assim os parágrafos 5° e 6° do artigo 2° da Lei Complementar 654/20, que foi aprovada em janeiro e sancionada por Mauro Mendes.

A Lei Complementar foi aprovada em primeira votação. Depois disso, o PLC foi para a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), e o líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado Dilmar Dal Bosco (DEM), apresentou um substitutivo que, na prática, muda apenas uma palavra da lei que está em vigor. Ele modificava onde estava escrito “inferior a R$ 3 mil” para “até R$ 3 mil”. Ou seja, na prática, queria que fossem taxados em 14% os aposentados que recebem até R$ 3 mil, sendo que antes eram atingidos pela lei aqueles que recebiam até R$ 2999.

Na manhã de segunda-feira (14), o deputado estadual Carlos Avalone (PSDB) apresentou outro substitutivo integral, propondo que a cobrança fosse progressiva para aqueles aposentados que ganham mais que o teto do INSS, ou seja, R$ 6.101.

Segundo o deputado, neste substitutivo a cobrança seria da seguinte forma: os aposentados que ganham até o teto, ou seja, R$6.111, ficam isentos. Quem ganha acima do teto e até R$ 10 mil pagaria 14%. Quem ganha entre R$10.001 e R$ 15 mil pagaria 15%. Quem ganha entre R$ 15.001 e R$ 20 mil pagaria 15%, e quem ganha acima de R$20.001 pagaria R$ 17%.

Houve, ainda, duas outras propostas, uma vinda do Governo, que isentaria aqueles que ganhassem até R$ 4 mil, e outra, vinda da Assembleia, que aumentaria a imunidade de um para dois salários mínimos. As duas propostas seriam aceitas pelo Governo, mas foram rejeitadas pelos deputados.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões