Inicialmente em aproximadamente 400 pessoas, o grupo se concentrou na praça da República e, por volta das 16h20, saiu em caminhada em direção à praça da Sé –onde outro grupo se concentrava para a Marcha Antifascista e começava caminhada em direção à antiga sede do Dops (sigla para Departamento de Ordem Política e Social, órgão de repressão da ditadura).
Houve tumulto já na praça da República. Manifestantes se insurgiram contra pessoas que acusaram de ser "comunistas" ou "petistas". Um aposentado que usava calça e tênis vermelhos foi expulso da marcha, pois, segundo seus algozes, seria do PT. "Sou a favor do Brasil acima de tudo, independentemente de qualquer partido político. Se um dia for preciso, defendo intervenção militar", declarou o aposentado hostilizado, que se identificou apenas como Walter.
Na confusão, o fotógrafo Leonardo Martins, 25 anos, da agência Frame, acabou agredido quando um manifestante bateu em sua câmera., Com o golpe, o equipamento atingiu e feriu a testa de Martins. "Eles começaram a cercar uma pessoa e, quando vi, estavam em cima de mim", relatou. Ninguém foi preso no episódio.
Durante a marcha, os manifestantes gritavam palavras de ordem como "Deus, pátria e família" e "Verde e amarelo contra a foice e o martelo", estes, símbolos da bandeira do Partido Comunista. Boa parte carregava a bandeira do Brasil ou se vestia com ela, enquanto o Hino Nacional tocava repetidamente. Nas proximidades da rua Xavier de Toledo, eles cruzaram com jovens vestidos de preto, que se encaminhavam para o show da banda Metallica. Confundidos com black blocs, os jovens, que seguiam para a estação de metrô Anhangabaú, foram xingados de "lixo" e quase apanharam.
Na caminhada para a Sé, pouco depois de passarem pelo Viaduto do Chá, alguns manifestantes se irritaram com dois homens vestidos de mulher e com cartazes que ironizavam a marcha, nos quais se lia "Marcha praticamente da família". Os jovens foram expulsos da multidão e tiveram os cartazes destruídos.
Fonte: Terra