Cidades

Após ser impedida pela justiça, mãe volta a ver filha hospitalizada

Valentina e mãe passam Natal juntas em hospital de Porto Alegre (Foto: Arquivo Pessoal)

Depois de um longo ano, em que enfrentou problemas judiciais para tentar ver a filha hospitalizada em Porto Alegre, a dona de casa Neusa Padilha, de 38 anos, faz novos planos para 2016. Quatro meses depois de ser impedida de visitar a pequena Valentina, de dois anos e meio, ela recebeu autorização para ficar perto da menina na CTI da instituição.

Em maio, a Justiça barrou a entrada de Neusa nas dependências do hospital. Na época, a instituição divulgou um comunicado oficial sobre o caso, em que dizia que "a decisão da proibição da entrada da mãe foi tomada com respaldo judicial, conforme a legislação vigente". O hospital alegou que a mulher tinha um "comportamento inadequado".

O bebê sofre de pneumopatia fibrosante crônica, uma doença pulmonar. Agora, a mãe sonha em levar a filha para casa, que aos poucos está sendo reformada para receber a nova moradora.

“Ela está muito forte, esperta. É um milagre de Deus”, diz a mãe ao G1, aliviada depois de um ano difícil.

Há alguns meses as boas notícias chegaram para a família. No final de setembro, Neusa reencontrou a filha após quatro meses vendo a menina somente por fotografias. Uma nova decisão da Justiça permitiu que a mãe retomasse as visitas no Hospital Moinhos de Vento, onde Valentina está internada desde o final do ano passado.

Nascida em abril de 2013, a menina viveu a maior parte da vida em uma cama de hospital, com tubos e máquinas de respiração artificial conectados ao seu corpo. No nono dia de vida, teve uma bronquiolite e foi internada em uma instituição em Itajaí (SC), onde nasceu.

No entanto, logo o quadro evoluiu e os pulmões dela pararam: Valentina só consegue respirar com auxílio de aparelhos. Em dezembro do ano passado, a família se mudou para Canoas, na Região Metropolitana da capital gaúcha, após conseguir a transferência da criança para um hospital no estado, referência nesse tipo de tratamento.

As visitas da mãe foram autprizadas em setembro, com uma nova determinação da Justiça. Os detalhes do processo, no entanto, são mantidos em sigilo por envolver uma criança.

“A outra juíza deu total apoio para a gente. Por três dias, visitei a minha filha com uma assistente social. Agora posso ir sozinha e ficar 24 horas ali com ela, se for preciso”, lembra.

Com o aval para ficar com a menina o tempo necessário, Neusa faz visitas diariamente. Muitas vezes, volta para casa de madrugada. “Fico com ela no colo até ela dormir”, garante.

Na véspera de Natal, o casal decorou o quarto do CTI com brinquedos e acessórios natalinos. “Comprei uma touca de Papai Noel, tirei fotos com ela. Foi muito bom”, conta. A virada do ano também será no hospital. “Vamos ficar com ela, é claro. Ela é nosso tudo”, afirma a mãe.

Entre os pedidos para 2016, Neusa fez apenas um: saúde. "O resto a gente corre atrás, dizem", completa. Ela espera que a filha possa ir para o quarto no final de janeiro, como prometido pelos médicos. "Eu pediria também que eu tenha pessoas, não só profissionais, mas com amor e dedicação, para cuidar da minha filha", acrescenta.

Valentina segue em tratamento, e está bem. Ela ainda utiliza aparelhos que a ajudam a respirar. "Praticamente ela que respira. Em Itajaí era no máximo no respirador", explica a mãe.

Já Neusa, no entanto, tem enfrentado alguns problemas de saúde. "Justo agora que ela está ficando boa", lamenta. Nos próximos dias, ela vai examinar um nódulo na mama. A coluna também dói. "Mas perto da minha filha não sinto dor nenhuma. Fico com ela horas e horas no colo".

Ajuda na web
Desde que Neusa retomou as idas ao hospital, o pai da menina, Edson Morretti, 40 anos, voltou a trabalhar como pedreiro. O casal ainda reveza o atendimento a Valentina, mas o Morretti agora se dedica à reforma da casa da família.

"Tem muita coisa pra fazer ainda. Ao menos os aparelhos dela, o home care dela, o convênio dá", comenta, aliviada, sobre os custos.

Comovidos pelo caso de Valentina, um grupo organizou ações para levantar recursos para a família. Em uma página no Facebook (Ajuda a Valentina), que tem mais de 74 mil curtidas, a mãe pede ajuda para angariar recursos e arcar com a reforma para receber a filha em casa, pela primeira vez.

Fonte: G1

Redação

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