O alvoroço causado pelas declarações da juíza aposentada Selma Arruda (PSL-MT) parece ter sido controlado no PSDB-MT após reuniões nesta segunda (30). Ontem à noite, a pré-candidata ao Senado divulgou um vídeo em que faz mea culpa pela situação e tentar mostrar simpatia pelos aliados tucanos, com um tom de fala diferente das declarações feitas na semana passada.
Selma faz declaração direcionada às “militâncias” dos partidos e cita os nomes do governador Pedro Taques e do deputado federal Nilson Leitão, mas não faz alusão a qualquer instabilidade política.
“Olá, pessoal da militância do governador Pedro Taques, da militância de meu colega de chapa, Nilson Leitão, e da militância do meu partido. Eu gostaria de dizer a vocês que nós estamos mais unidos do que nunca, estamos todos aqui unidos por um ideal maior que é o bem de Mato Grosso. É uma honra para mim compor esta chapa e eu tenho certeza que essa chapa será vitoriosa e Mato Grosso saíra vitorioso com ela”.
Ontem pela manhã, a direção do PSDB em Mato Grosso fez reunião restrita para discutir medidas para controlar a manifestação da ex-juíza sobre a relação de aliança. Uma ala dos tucanos pediu que os líderes fizessem um acordo que evite manifestação de rejeição da ex-juíza a políticos peessedebistas. No fim da tarde, outra reunião interna foi convocada para colocar o assunto em pauta novamente.
Na semana passada, por duas vezes, Selma Arruda demonstrou desconforto com a aliança de seu partido (PSL) com os tucanos. A primeira ocorreu um dia após o anúncio da coligação, em conversa com transmissão ao vivo no perfil do Facebook, na quarta (25). A ex-juíza afirmou que os seus apoiadores estão liberados para não voltar em candidatos tucanos, apesar de chapa.
Na sexta (27), ela voltou a demonstrar constrangimento pelo acordo com ser questionada, em entrevista, sobre a possibilidade de seu nome ser associado a políticos implicados em investigação por corrupção político. Desta vez, a pré-candidata afirmou que o PSL aceitou se associar ao PSDB para as eleições deste ano por ser uma sigla mais leve no volume de acusações.
Um dos tucanos mais irritados com as declarações foi o deputado federal Nilson Leitão que chegou a dizer não estava descartado rompimento da aliança com PSL-MT. A situação teria sido controlada pelo governador Pedro Taques, pré-candidato à reeleição, que defendeu a permanência da aliança.