Com receio de uma repercussão negativa, o presidente Michel Temer foi convencido neste sábado (2) a não antecipar o seu retorno ao Brasil da reunião dos Brics.
Neste sábado (2), o peemedebista afirmou à imprensa que manterá o cronograma original, ou seja, permanecerá na China até terça-feira (5).
"Depois que disseram eu vou voltar, vou voltar não. Vou ficar", disse ele, ao ser questionado pela imprensa brasileira.
Na sexta-feira (1), no entanto, o presidente havia afirmado a assessores e a aliados que iria encurtar a sua permanência na China, voltando na segunda-feira (4).
O motivo seria a iminência da apresentação de uma nova denúncia contra o peemedebista pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e a votação dos destaques da meta fiscal.
A divulgação da decisão repercutiu mal dentro da própria comitiva brasileira na China. A avaliação é de que a antecipação passaria a imagem pública de que ele estaria preocupado com a nova acusação e um sinal negativo para a comunidade internacional.
O peemedebista chegou a tratar do assunto com pessoas próximas, que o aconselharam a manter o cronograma original.
Se encurtasse a permanência, seria a segunda vez que o presidente e ausentaria antes do fim de um encontro econômico mundial por conta de denúncia de irregularidade.
A expectativa é de que a nova acusação seja apresentada apenas na sexta-feira (8) pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
Em julho, ele abandonou a cúpula do G20, em Hamburgo, após o PSDB ter afirmado que havia chance de prosperar denúncia contra ele por corrupção passiva.
Além da possibilidade da denúncia, causou mal-estar na comitiva presidencial as declarações do empresário Joesley Batista de que o presidente lhe pedia dinheiro.
Em conversas reservadas, o peemedebista voltou a criticar o executivo e disse que ele tem atuado com o único objetivo de prejudicá-lo para evitar ser preso.
Neste sábado (2), o peemedebista deixará Pequim para Xiamen, que sediará a partir de domingo (3) o início da cúpula de chefes de Estado do BRICS.
Em evento com empresários chineses, ele afirmou que a economia nacional está se recuperando e que está pronta para receber investimentos de empresários chineses.
"Nós estamos criando condições mais favoráveis aos investimentos e modernizando o país", disse.
Segundo ele, a expectativa de analistas brasileiros é de que, até o final do ano, taxa de juros esteja entre 7% e 7,5% ao ano.