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Após morte e denúncia, polícia localiza clínica clandestina e apreende produtos em Cuiabá

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), localizou e cumpriu mandados em uma clínica clandestina no Bairro Santa Cruz, em Cuiabá. No local, foram apreendidos produtos de origem desconhecida, receituários, carimbos e materiais usados por uma falsa médica.

As investigações começaram depois que o filho de um paciente denunciou a dona da clínica à polícia. O pai dele, de 55 anos, morreu após abandonar o tratamento contra um câncer em estágio terminal no Hospital Estadual Santa Casa, na capital, para se tratar com a mulher, que não possui registro no Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) e, na verdade, é enfermeira.

A mulher, segundo o filho, submeteu o paciente a hemoterapia, ozonioterapia e a uma sessão no qual colocou os pés dele em uma recipiente com água morna e metais em formato de “V”. Além disso, receitou e entregou um frasco com substância desconhecida para que ele pingasse na boca com a promessa, segundo a polícia, de que o líquido iria curá-lo do câncer.

“O pai piorou rapidamente, perdendo a fala, os movimentos das pernas e passou a se alimentar com a ajuda de terceiros até falecer, no mês de julho deste ano”, informou a polícia.

O filho, então, pesquisou e descobriu que a mulher que se apresentava como médica trabalhava no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), segundo relatou à polícia. Quando ele a procurou, foi chamado para uma conversa no estacionamento de um supermercado, onde, segundo ele, confessou não ser médica e perguntou quanto ele queria para não denunciá-la.

Na casa onde a clínica funcionava, que não possui alvará da Vigilância Sanitária Municipal, os policiais apreenderam carimbos em nome da mulher e um número de registro no CRM, além de receitas médicas carimbadas e assinadas.

“As receitas também traziam a prescrição de hormônios, vitaminas e outras substâncias. Também foram apreendidos dezenas de frascos com substância de composição desconhecida e rótulos escritos à mão ou impressos com o nome da mulher como sendo a médica responsável pela prescrição, além de seringas e agulhas, aparelhos e uma tabela de preços de procedimentos e consultas, inclusive para crianças”, descreveu a polícia.

Segundo a Polícia Civil, as investigações continuam sob a suspeita de prática dos crimes de exercício ilegal da medicina, charlatanismo e curandeirismo. As penas somadas podem chegar a cinco anos de prisão e multa.

Redação

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